Os operadores turísticos, sobretudo os que operam voos de fora do espaço Schengen, estão preocupados com os atrasos na verificação dos passaportes dos passageiros no aeroporto de Lisboa e que estes constrangimentos possam agravar-se durante o verão, notícia o Diário de Notícias. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) responde que já aumentou o número de inspetores.

Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, alerta que as 16 cabinas do SEF não estão sempre todas operacionais, o que provoca filas aquando a chegada de passageiros de fora do espaço Schengen. “Esta é uma situação altamente prejudicial para o turismo na medida em que é também a primeira impressão que um turista retira de um destino turístico.”

António Moura Portugal, secretário-geral da Associação das Companhias Aéreas em Portugal (RENA), reforça a ideia, dizendo que o SEF e as tutelas do Governo têm de resolver o problema. “Quem passa por aquelas filas dificilmente volta a Portugal. Os turistas não querem saber de quem é a culpa. Para eles é o país que merece a sua crítica.”

O Sindicato da Carreira de Inspeção e Fiscalização do SEF denunciou, no ano passado, a falta de inspetores e a necessidade de a ANA melhorar a infraestrutura, mas admite que enquanto as duas estruturas não se sentarem à mesma mesa, será difícil resolver o problema.

“Se o volume de trabalho cresceu 150% nos últimos anos e o efetivo pouco mais de 20%, é normal que os serviços não consigam dar resposta. É uma impossibilidade matemática”, diz Renato Mendonça, presidente do Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteira, que presta serviço no aeroporto Humberto Delgado.

O SEF, por sua vez, diz que o aeroporto tem agora mais 33 inspetores do que no ano passado, perfazendo um total de 180. Mas, segundo o Diário de Notícias, são, mesmo assim, menos 50 do que no verão de 2017. A ANA não prestou declarações ao jornal.

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