Angola voltou a aumentar ligeiramente o dinheiro em circulação física no país, entre fevereiro e março, equivalente a mais 5.592 milhões de kwanzas (21 milhões de euros), mas seguindo muito abaixo dos valores de 2017.
Segundo dados preliminares do último relatório sobre a Base Monetária Ampla do Banco Nacional de Angola (BNA), compilados hoje pela Lusa, em março estavam em circulação física no país 468.608 milhões de kwanzas (1.736 milhões de euros), contra os 463.016 milhões de kwanzas (1.715 milhões de euros) contabilizados em fevereiro. Tratou-se de um crescimento de 1,2%, que se soma ao aumento de quase 2% verificado entre janeiro e fevereiro.
Ainda assim, valores distantes, desde logo, do final de 2017, quando Angola tinha em circulação 527.550 milhões de kwanzas (2.000 milhões de euros). Além disso, atualmente, a inflação acumulada, a 12 meses, em Angola, segue acima dos 20% e só desde janeiro o kwanza angolano já se depreciou em quase 32%, face ao euro.
A retirada de moeda de circulação pelo BNA é uma estratégia que permite valorizar a moeda nacional, travar a pressão cambial provocada pela cotação de moeda estrangeira (dólar e euro) no mercado paralelo, que serve de indicação a vários setores.
A cotação do mercado paralelo e a taxa de câmbio oficial de divisas, face ao kwanza, têm vindo a convergir nas últimas semanas, após o início da aplicação do novo modelo de cambial flutuante, adotado pelo BNA a partir de 09 de janeiro. Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo.
Atualmente, cada euro vale 270 kwanzas à taxa oficial, enquanto no mercado paralelo a transação (compra de moeda europeia na rua) é feita à volta de 520 kwanzas.