O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, defendeu esta sexta-feira à TSF a necessidade de exigência em termos éticos e de sobriedade no exercício de funções públicas como princípio, mas não comenta os casos em que estão envolvidos os dois antigos governantes socialistas, José Sócrates e Manuel Pinho.
O também antigo membro do governo de José Sócrates, na qualidade de secretário de Estado, disse que a sua posição de princípio é a de que é necessário “um padrão particularmente exigente daquilo que é a ética e a sobriedade do exercício de funções”. No entanto, instado a comentar as declarações da deputada europeia socialista, e em especial o caso que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates, Eduardo Cabrita disse apenas que ” separação de poderes é um primado fundamental do Estado de Direito”.
Depois das notícias que têm vindo a público sobre alegados pagamentos a Manuel Pinho, antigo ministro da Economia do governo de José Sócrates, pelo saco azul do Grupo Espírito Santo, a deputada europeia Ana Gomes levantou o tema dentro do partido. “O Partido Socialista não pode continuar a esconder a cabeça na carapaça da tartaruga. Próximo Congresso é oportunidade p/ escalpelizar como se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos. Pela regeneração o do próprio PS, da Política e do País”, disse a deputada europeia no Twitter.
Já Arons de Carvalho, um dos fundadores do PS e mandatário da candidatura de António Costa à liderança do partido, vê as coisas de forma diferente. O histórico socialista disse em entrevista ao jornal i que “o PS deve aguardar serenamente aquilo que a justiça vai dizer”, e em relação ao caso que envolve José Sócrates que não considera “reprovável uma pessoa viver com dinheiro emprestado de outra”.
Arons de Carvalho. “Não acho reprovável uma pessoa viver com dinheiro emprestado”