O Presidente brasileiro disse esta sexta-feira que é vítima de “perseguição disfarçada de investigação”, defendendo-se da informação de que a polícia teria encontrado indícios de que usou dinheiro de subornos para reformar imóveis da família e ocultado bens. Referindo-se a uma reportagem publicada esta sexta-feira pelo jornal brasileiro Folha de S. Paulo, sobre as suspeitas investigadas pela Polícia Federal de que teria usado dinheiro de suborno para reformar imóveis e ocultado bens, Michel Temer disse que tais supostos indícios são “mentiras” e que é “vítima de vazamentos [fugas de informação] irresponsáveis” de informações.
“Apenas uma pessoa irresponsável, uma pessoa mal-intencionada ousaria tentar incriminar minha família, meu filho de 9 anos, como branqueadores de dinheiro”, afirmou num encontro com jornalistas. “Em que mundo estamos? Eu lhes digo, senhores, é incrível, é revoltante”, acrescentou. O Presidente brasileiro também afirmou que pedirá ao o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para apurar como se dão as fugas de informações de inquéritos dentro da Polícia Federal.
“Vou sugerir ao ministro [Raul] Jungmann que apure internamente como se dão esses vazamentos irresponsáveis, porque não é a imprensa que vai lá, de forma digamos escondida, para examinar os autos [das investigações]. Os dados são fornecidos”, considerou. Michel Temer é investigado num inquérito que investiga o pagamento de suborno para a edição de um decreto que supostamente favoreceu empresas portuárias.
Amigos e ex-assessores dele chegaram a ser presos em março passado em uma operação da Polícia Federal realizada nesta investigação. O antigo procurador-geral do Brasil, Rodrigo Janot, acusou oficialmente Michel Temer da prática de corrupção duas vezes no ano passado, mas como se trata do Presidente da República só poderia ser julgado se a câmara baixa do país autorizasse a abertura de um processo, o que não aconteceu. Atualmente o Presidente brasileiro enfrenta potencialmente uma terceira acusação neste caso dos portos.