O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, mostrou-se esta sexta-feira confiante na vitória do partido nas legislativas antecipadas de 12 de maio em Timor-Leste, referindo-se ao que diz ser uma onda de jovens que “já não vive da nostalgia”.

“Já não tenho dúvidas a esse respeito. Vamos vencer essas eleições e a reação da outra parte já mostra isso, que já sabem que vão perder”, disse Alkatiri num pequeno comício na capital timorense, onde estiveram as duas principais forças concorrentes nesta votação, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP).

A campanha da Fretilin, partido que venceu por margem mínima as eleições de julho do ano passado, tem assentado no programa do VII Governo, apoiado por uma aliança minoritária com o Partido Democrático (PD). A oposição, reunida em bloco, conseguiu com a sua maioria bloquear o orçamento retificativo e o programa do Governo, criando um impasse político que acabou por levar o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, a convocar eleições antecipadas.

Alkatiri disse que depois das eleições do ano passado e do que aconteceu nos últimos meses, o apoio ao partido tem vindo a aumentar porque muitos estão “cansados de uma má governação, de uma governação sem resultados, de uma governação despesista”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Notou em particular a elevada presença de jovens durante a campanha, um fator que, dada a pirâmide populacional em Timor-Leste — a ampla maioria da população tem menos de 30 anos — é determinante para o voto. “Basta ver que a maioria que está aqui é jovem e mostra que a juventude, que já não vive de nostalgia, quer olhar para o futuro, e aqueles que vivem pela nostalgia são arrastados pelos seus filhos e pelos seus netos”, disse.

Os comentários de Alkatiri referem-se a um dos temas que tem marcado a campanha da AMP com referências ao passado da luta contra a ocupação indonésia e pela independência de Timor-Leste, com tentativas de alguns dirigentes de politizarem os diferentes braços da resistência: armada, clandestina e diplomática.

Alkatiri falava à Lusa durante um pequeno comício que decorreu no campo de Mascarenhas, em Díli. Vários dirigentes do partido participaram no encontro que marcou a chegada da máquina de campanha da Fretilin para a região da capital, com várias ações previstas em Díli e arredores na reta final da campanha.

Além dos grandes comícios nas capitais de município, a Fretilin, como outros partidos, aposta em ações de maior proximidade, distribuindo os seus principais líderes pelo país. A campanha termina a 9 de maio.