Angola já escolheu, Portugal já aprovou, mas o novo embaixador angolano em Lisboa, que irá substituir Marcos Barrica, não vai ser indicado já. A cadeira vai permanecer vazia porque o presidente angolano, João Lourenço, quer dar um sinal de que as relações diplomáticas entre Luanda e Lisboa continuam tensas por causa do processo judicial de Manuel Vicente, avança o semanário Expresso. “Os sucessivos avisos feito pelo Presidente [de Angola] são para ser levados a sério”, disse àquele jornal fonte da presidência angolana.

Certo é que a posição de Luanda é para ser lida como uma tomada de posição firme. A ideia é mostrar que não há qualquer intenção de normalizar as relações com Lisboa devido ao caso judicial que envolve o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente. Manuel Vicente, também ex-presidente da Sonangol, é acusado de ter corrompido o procurador Orlando Figueira para arquivar processos comprometedores e Luanda tem lutado sempre contra o julgamento.

“Se Portugal insistir em levar avante o caso, não teremos outra alternativa senão adequar a nossa diplomacia às circunstâncias e, nesse caso, temos todo o tempo do mundo e a relação com Portugal pode continuar a esperar”, diz ao Expresso uma fonte do Ministério das Relações Exteriores de Angola.

Angola chegou até a fazer um chamado pedido de agreement para Portugal dar luz verde ao nome de Carlos Alberto Fonseca para a embaixada em Lisboa, mas isso não quer dizer que a cadeira vazia vá ser ocupada. Ou seja, apesar de Marcelo Rebelo de Sousa ter aceitado a indicação do antigo assessor diplomático de José Eduardo dos Santos, tal não significa que “venha a ser ele o embaixador”, diz a mesma fonte àquele jornal. Para já, a cadeira continua ocupada interinamente por Isabel Godinho.

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