A comissão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que supervisiona as agências de informação divulgou esta sexta-feira as conclusões da sua investigação à interferência russa nas eleições presidenciais de novembro de 2016, concluindo que a Rússia influenciou as eleições, mas que não há provas de que a campanha de Donald Trump tenha colaborado com os russos neste esforço. O relatório foi aprovado apenas pelos membros republicanos desta comissão e está a ser muito criticado pelos democratas.

Depois de um ano de investigação, o House Intelligence Committee divulgou um relatório de 253 páginas – parte do relatório mantém-se oculto – com as conclusões a que os parlamentares chegaram, dizendo que não encontraram com qualquer prova de que a campanha de Trump se tenha coordenado com a Rússia para influenciar as eleições.

No entanto, os parlamentares consideram que houve de facto interferência russa no processo eleitoral e admitem que a investigação que está a ser liderada pelo procurador especial, o ex-diretor do FBI Robert Mueller, pode ter mais informações que mudem esta conclusão.

O relatório foi aprovado apenas pelos representantes republicanos, com os membros democratas a criticarem as conclusões e a acusarem os republicanos de boicotarem as conclusões da investigação ao não chamarem testemunhas fundamentais e ao recusarem obter os documentos necessários para chegar à verdade.

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No relatório conhecido esta sexta-feira, os republicanos apontam ainda falhas aos serviços de informação norte-americanos – um tema comum no discurso político de Donald Trump – no que diz respeito à avaliação feita de que a Rússia teria agido para favorecer Donald Trump em detrimento de Hillary Clinton nas presidenciais de novembro de 2016. Essa conclusão levantou um coro de protestos entre os democratas, que acusam os republicanos de fazerem campanha para desacreditar os investigadores que fazem parte da equipa de Robert Mueller.

Quem ficou agradado com as conclusões foi Donald Trump, que reagiu no Twitter dizendo que o relatório comprova que não houve qualquer conluio, coordenação ou conspiração da sua campanha com a Rússia e que foi a campanha de Hillary Clinton que pagou por informação obtida da Rússia.