Um homem atacou a tiro o acampamento de apoio ao ex-Presidente brasileiro Lula da Silva na madrugada de sábado, ferindo duas pessoas. Uma delas está em estado grave.
A polícia brasileira confirmou ao El País Brasil que um homem se aproximou do local, nos arredores da prisão onde Lula está detido, de carro. Eram 4h da manhã. O atacante fez vários disparos, tendo sido encontrados no local cápsulas de calibre de 9 mm — uma munição de uso exclusivo das forças armadas. Militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) no local garantiram ter sido ouvidos pelo menos 20 tiros.
Na sequência do ataque, um homem de 39 anos foi ferido no pescoço e levado para o centro de saúde de Curitiba. Segundo a Globo, foi entretanto transportado para o Hospital do Trabalhador, onde está internado nos Cuidados Intensivos. A secretaria da Saúde do Estado do Paraná confirma que a vítima está em estado grave. Para além dele, uma mulher também ficou ferida com estilhaços, mas sem gravidade.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu em nota oficial: “Quem incita o ódio contra a esquerda, contra os movimentos sociais, contra Lula e contra o PT, é responsável por esses tiros”, disse.
Muito grave o atentado nesta madrugada ao acampamento da vigília democrática de solidariedade ao Lula. Companheiro Jeferson, de São Paulo, baleado no pescoço corre risco de morte. Esperamos providência rigorosa por parte das autoridades de segurança
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 28, 2018
Os manifestantes pró-Lula estão acampados em Curitiba desde a prisão do ex-Presidente, a 17 de abril, num acampamento a que deram o nome de Marisa Letícia, em homenagem à mulher de Lula que morreu em 2017. Segundo o PT, o terreno de 1600 metros quadrados foi alugado por 30 dias.
Este é o segundo ataque a tiro contra apoiantes de Lula no espaço de um mês, depois de um autocarro da sua caravana ter sido alvejado no Paraná, em março, quando o antigo líder do PT ainda estava em liberdade.