Centenas de pessoas estão em fuga na província da Kachin, em Myanmar, depois de se terem intensificado os combates entre a milícia independentista Organização Independência de Kachin (KIO na sigla original) e o Exército de birmanês.
O alerta foi lançado pela Organização das Nações Unidas, que garante que mais de quatro mil pessoas já abandonaram as suas casas desde o início deste mês. Ao todo, desde janeiro, mais de 15 mil já terão fugido.
O cessar-fogo de anos entre a KIO e o Exército birmanês foi quebrado em 2011, mas os combates na região nordeste, que fica junto da fronteira com a China, têm-se intensificado ao longo deste ano. Os habitantes de Kachin são uma minoria cristã num país de maioria budista, e a milícia KIO é um dos vários grupos independentistas de Myanmar. De acordo com a BBC, o Exército estará a levar a cabo ataques aéreos e de artilharia na região.
“A nossa principal preocupação é a segurança dos civis — incluindo grávidas, idosos, crianças pequenas e pessoas com deficiência”, disse Mark Cutts, responsável do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas em Myanmar.
More photos of civilians in Kachin State, Myanmar, leaving the Injangyang area today because of fighting pic.twitter.com/Gq2yZ5uWzk
— Mark Cutts (@MarkCutts) April 27, 2018
Loi Nawng Hku IDP are still in the jungle. Burmese Army still around in the village. They are in civilian houses while the people are in the Jungle.
Photos from the ground. Taken just now.#KIJ## pic.twitter.com/bgiwMmP5gI
— Kachin News in Myanmar (Burma) (@InKachin) April 25, 2018
A líder birmanesa Aung San Suu Kyi prometeu alcançar a paz com as várias minorias do país desde que tomou posse em 2016, relembra a Deutsche Welle, mas esse objetivo tem sido difícil de alcançar. Ao conflito em Kachin soma-se a crise dos Rohingya, na zona ocidental de Myanmar: desde 2016 que cerca de 700 mil pessoas desta minoria muçulmana saíram do país, em direção ao Bangladesh, para fugir do conflito armado na região.