“Esta tecnologia vai dominar o mundo. Não há recarga envolvida e não há fios para ligar. Com o metanol, temos a nossa própria central de produção de energia eléctrica a bordo, dentro do carro ”, declarou Roland Gumpert à Auto Express.

Para quem este nome não é familiar, convém recordar que Roland é o antigo director da Audi Sport e o fundador da marca de desportivos Apollo Automobil. Gumpert associou-se agora à startup chinesa Aiways e, em conjunto com a empresa de engenharia dinamarquesa Serenergy, desenvolveu um desportivo com mais de 400 cv, cuja particularidade reside no facto de ser o primeiro carro eléctrico do mundo que usa metanol para produzir a energia de que necessita.

O RG Nathalie (Gumpert fez questão de dar ao modelo o nome da filha) monta um esquema motriz nunca antes visto que, garante a companhia, não só sai muito mais barato e rentável do que as tradicionais células de combustível a hidrogénio, já que não exige complexos sistemas para armazenar hidrogénio, como também não implica modificações do ponto de vista da infra-estrutura, pois qualquer estação de serviço fornece sem problemas metanol, com este a estar à temperatura e pressão ambiente, ao contrário do que acontece com hidrogénio. Dito de outro modo, esta tecnologia promete e muito!

Como é que tudo funciona? Tecnologicamente, estamos perante um processo que é similar ao que já anima modelos como, por exemplo, o Toyota Mirai ou o Honda Clarity. Sucede que, nestes dois casos, a electricidade é produzida através de uma célula de combustível a hidrogénio, ao passo que o Nathalie inova pela célula de combustível a metanol, um álcool que costuma ser obtido industrialmente através de uma reacção catalisada entre monóxido de carbono e hidrogénio. Ao passar o metanol pela pilha de combustível, que se encontra no compartimento da frente, gera-se apenas dióxido de carbono e água, mas como a produção de metanol não se faz sem retirar CO2 da atmosfera, o resultado final acaba por ser amigo do ambiente (é carbono neutro), com Gumpert a falar mesmo de zero emissões – considerando o well-to-wheel. E basta um depósito para percorrer 1.200 km, assegurou Roland Gumpert no Salão de Pequim, onde foi revelado o RG Nathalie.

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A electricidade produzida a bordo alimenta um pack de baterias que se encontram na base do Nathalie, dispostas em forma de “T” – à semelhança do que acontece no Chevrolet Volt –, o que permite accionar os quatro pequenos motores eléctricos colocados junto de cada roda. A potência combinada do conjunto situa-se entre os 420 e 430 cv, num desportivo que pesa menos de 1.600 kg (a carroçaria é em fibra de carbono) e que tem uma distribuição de massas quase perfeita (45:55, frente/atrás) – argumentos que não só se reflectem numa aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 2,5 segundos, como levam Gumpert desde já a garantir que vai a Nurburgring baixar o tempo de 7:11 obtido em 2009 pelo Gumpert Apollo.

A má notícia é que serão produzidas apenas 500 unidades do RG Nathalie e, embora o valor definitivo não esteja ainda fechado, Roland avisou já que o preço de cada exemplar vai ser elevado…