Mercedes à frente, BMW no seu encalço e Audi animada pelo maior crescimento de vendas entre o trio germânico do segmento premium. Assim se resume o cenário mundial de vendas, no primeiro trimestre do ano, pelo que tudo indica que 2018 será mais um ano de acesa disputa entre estes três construtores.

Entre Janeiro e Março, a marca da estrela conseguiu não só o melhor número da sua história, como também reforçou o estatuto de líder face às suas compatriotas e rivais, com vendas globais próximas das 600 mil unidades. Em concreto, 594.300 – um crescimento de 5% em relação ao ano anterior.

A BMW está a cerca de 77 mil unidades da casa de Estugarda, tendo transaccionado um total de 517.447 viaturas – um número que a coloca no 2º posto desta tabela, mas que, ainda assim, é ensombrado pelo facto de o construtor de Munique ter sido aquele que menos cresceu (2.8%) entre os três.

Já a Audi fechou o primeiro quarto do ano comercializando 463.788 veículos, número que a relega ao 3º lugar do ranking premium, mas que não deixa de surpreender pelo aumento que traduz: um aumento de 9,8% das vendas, ou seja, quase o dobro da Mercedes e três vezes mais que a BMW.

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A contribuir indiscutivelmente para estas cifras está a performance comercial na China, o maior mercado automóvel mundial. E, aí, a Mercedes conseguiu dar um espectacular salto de 160% nas vendas, face ao período homólogo do ano anterior. Já a rival de Munique cresce apenas 7,1%, enquanto a casa de Ingolstadt protagoniza um crescimento de 41,9%.

E nós por cá?

No mercado nacional, a principal nota de destaque vai para o facto de Mercedes e BMW integrarem o top 5, ocupando respectivamente a 3ª e 5ª posições na tabela das marcas mais vendidas, de acordo com os dados da ACAP.

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A Audi deu um valente trambolhão, sobretudo em Março, período em que viu as suas vendas caírem 61,4% face ao mês homólogo de 2017. No acumulado dos três primeiros meses do ano, a marca dos quatro anéis viu as suas vendas reduzirem-se em 40%, passando de 2.130 unidades (2017) para 1.289, pelo que a sua quota de mercado encolheu de 3,56% para 2,04%. Isto enquanto aqui ao lado, por exemplo, a Audi é a líder premium do mercado espanhol, tendo matriculado 16.685 viaturas, de Janeiro a Março, protagonizando assim uma subida de 7,4% face a igual período do ano anterior, conforme os dados divulgados pela ANFAC.

Por cá, nota ainda para o facto de o trio germânico estar a perder quota de mercado, pois se a Audi recuou, Mercedes e BMW também não escaparam. A primeira tem uma descida mínima (cai de 7,51% em 2017 para 7,43%), e a segunda baixa de 7% para 6,35%. Não deixa contudo de ser interessante a Mercedes estar a “roubar” vendas à BMW, já que no primeiro trimestre de 2018 a marca da estrela viu as suas vendas crescerem 4,51%, num total de 4.701 unidades, enquanto o fabricante bávaro baixou das 4.188 unidades transaccionadas no primeiro trimestre de 2017 para 4.014, em igual período deste ano. Ou seja, uma descida de 4,15%.

Classe A pode fazer (ou acentuar) a diferença

Com a entrada em cena do novo Classe A, tradicionalmente um dos modelos mais procurados pelos consumidores portugueses que preferem a Mercedes, vai ser interessante acompanhar os novos desenvolvimentos da novela das vendas. Tanto mais que, a seu favor, a Mercedes tem o trunfo de ser o único construtor premium a dispor, neste momento, de um produto novo na sua entrada de gama.

Novo Classe A é (mesmo) uma estrela. Em tecnologia

O novo compacto germânico tem preços que se iniciam nos 32.450€, valor praticado quer para o diesel A 180d quer para o gasolina A 200, o primeiro fabricado pela Renault (trata-se do 1.5 dCi de 116 cv) e o segundo concebido a meias com a marca francesa. Este último é, segundo a Mercedes, o novo 1.4 turbo de quatro cilindros (na realidade é um 1,3, pois a cilindrada real é de apenas 1.332 cc), com 163 cv e 250 Nm. Pode estar associado a uma caixa automática de dupla embraiagem e sete velocidades, anunciando assim um consumo combinado de 5,1 l/100 km e emissões de 120 g/km. Mas o A 200 também pode estar acoplado a uma transmissão manual de seis relações, o que eleva o consumo em ciclo misto para 5,6 l/100 km e as emissões de CO2 para 133 g/km.

O 1,5 litros diesel do A 180d tem ao serviço uma caixa automática de sete velocidades e dupla embraiagem, com este quatro cilindros de 116 cv e 260 Nm a ser o mais poupado da oferta para já disponível (4,1 l/100 km; emissões de 108 g/km).

Para este trimestre está marcada a chegada do mais potente dos Classe A a gasolina. O 2 litros A 250 oferece 224 cv e 350 Nm, para um consumo combinado de 6,0 l/100 km e emissões de CO2 de 141 g/km. Em troca exige o desembolso de 47.100€.