Os trabalhadores da cadeia de supermercados Lidl em Portugal cumprem este domingo o primeiro de dois dias de greve, pedindo respostas à administração sobre os cadernos reivindicativos e sobre o Contrato Coletivo de Trabalho.

A greve, que começou às 00:00 de domingo e se prolonga até às 24:00 de segunda-feira, dia 30, convoca trabalhadores das lojas e dos entrepostos em Portugal da multinacional alemã.

À agência Lusa, Isabel Camarinha, do CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, explicou que “o objetivo da greve dos trabalhadores do Lidl é a exigência de resposta da empresa ao caderno reivindicativo que eles empregaram, que já foi objeto de reunião com a empresa”.

A sindicalista apontou ainda a “questão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), que está presente em todas as lutas das empresas de distribuição”.

Isabel Camarinha revelou a exigência de “aumento dos salários”, “o fim dos horários reduzidos” de muitos trabalhadores a tempo parcial, que, segundo a sindicalista, “têm meio emprego e meio salário” e de várias matérias inseridas no caderno reivindicativo a que a empresa não tem dado respostas.

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O CESP tem “boas perspetivas” para a greve e lembra o descontentamento dos trabalhadores em ações anteriores.

“Temos muito boas perspetivas, há de facto um grande descontentamento dos trabalhadores”, avançou Isabel Camarinha, acrescentando que durante a quinzena de luta em abril realizaram-se plenários nos quatro entrepostos do Lidl em Portugal e nos quais a greve foi aprovada.

A sindicalista concluiu ainda que é “inaceitável” que “as maiores empresas de distribuição do nosso país, com milhares e milhões de euros de lucros” paguem “salários miseráveis aos trabalhadores e façam uma exploração enorme dos trabalhadores em matéria de horários, em matéria de ritmos de trabalho e em matéria de falta de pessoal”.

Questionada pela agência Lusa, a administração do Lidl Portugal apontou que “oferece condições de trabalho de excelência no setor do retalho”.

Em comunicado, a empresa salientou algumas destas condições, dizendo que “todos os trabalhadores beneficiam de progressão salarial, formação e desenvolvimento de carreiras, independentemente da sua função, carga horária ou local de trabalho” e que “garante o cumprimento integral das suas obrigações legais e convencionais”.

A empresa, pertencente ao grupo Schwarz, declarou ainda “estar atenta às necessidades dos colaboradores”.

Na nota enviada à Lusa, o Lidl Portugal revelou ter distribuído, aos colaboradores, benefícios avaliados em mais de cinco milhões de euros.

A empresa diz ter entregado prémios até 400 euros às equipas de operação, ajustado os escalões de remuneração e, para além da atribuição de um cartão de compras no valor de 30 euros por ocasião do Natal, dispõe de um seguro de saúde avaliado em 400 euros anuais.

No comunicado, o Lidl Portugal adianta ainda que procurou assegurar o abastecimento e o funcionamento das suas lojas para os dias de greve.