O parlamento vai insistir na audição do antigo segundo comandante nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil Albino Tavares, acusado de mentir sobre os meios de combate ao incêndio de Pedrógão Grande pelo ex-secretário de Estado Jorge Gomes. A decisão foi tomada esta quarta-feira na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, depois de um aceso debate entre deputados do CDS-PP, que chegou a propor uma acareação entre Albino Tavares e Jorge Gomes, hoje deputado, e do PSD com o presidente da comissão, Pedro Bacelar de Vasconcelos.

A audição de Albino Tavares chegou a estar agendada, mas não se realizou dado que o próprio pediu escusa e comunicou que já tinha feito todas as declarações relevantes à Comissão Técnica Independente (CTI) sobre os incêndios de junho do ano passado e que fizeram 67 mortos. O coronel acrescentou que só iria à comissão se fosse “considerado imprescindível”, pelo que Pedro Bacelar Vasconcelos não deu seguimento ao ofício, o que levou o CDS a acusar o presidente da comissão de ter “decidido unilateralmente” que a audição era prescindível.

Esta quarta-feira, houve uma troca de palavras das bancadas da direita com Bacelar de Vasconcelos, e CDS e PSD insistiram na audição de Albino Tavares. “Vai ser feito um ofício” a insistir com a audição do coronel, disse o presidente da comissão. O pedido do CDS-PP para ouvir o segundo comandante operacional nacional à data, coronel Albino Tavares, relaciona-se com declarações contraditórias entre este e o antigo secretário de Estado da Administração Interna Jorge Gomes, atual deputado socialista, sobre os meios disponíveis.

Albino Tavares afirmou, à comissão técnica, que o Governo não respondeu ou respondeu tarde a um pedido de reforço de meios de combate ao incêndio de Pedrógão Grande, no que foi desmentido, em declarações públicas, pelo ex-secretário de Estado da Administração Interna Jorge Gomes, hoje deputado do PS.

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