A bolsa nova-iorquina encerrou esta quarta-feira em baixa, com os investidores insensíveis à divulgação de resultados robustos, como os da Apple, mas a demonstrarem suscetibilidade com incerteza em várias áreas, dos juros à geopolítica.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average cedeu 0,72%, para os 23.924,98 pontos, tanto quanto o S&P500, que terminou nas 2.635,67 unidades. O Nasdaq, por seu lado, desvalorizou 0,42%, para os 7.100,90 pontos.

A Apple, que é a empresa com a maior capitalização bolsista em Wall Street, avançou 4,42%, depois de ter apresentado resultados trimestrais superiores às expectativas e anunciou um programa de compra de ações próprias, no montante de 100 mil milhões de dólares (84 mil milhões de euros).

Mas a progressão do título não puxou pelo conjunto das ações, nem mesmo os do setor tecnológico. “Que a Apple não tenha provocado um avanço generalizado é um pouco inquietante”, salientou Art Hogan, da Wunderlich Securities.

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“Torna-se preocupante que os investidores não reajam positivamente às informações positivas”, reforçou Maris Ogg, da Tower Bridge Advisors. “Não digo que os índices deveriam ter explodido, mas esta época dos resultados, mesmo que não se leve em conta o efeito positivo da reforma fiscal, é verdadeiramente boa”, considerou.

Os índices recuperaram durante a sessão, logo a seguir à divulgação do comunicado da reunião da Reserva Federal (Fed) sobre política monetária.

O banco central norte-americano, como previsto, manteve as suas taxas de juro de referência. Se os seus responsáveis adiantaram que reconhecem a subida da inflação, não sinalizaram claramente que tinham a intenção de acelerar a subida das taxas de juro, uma boa notícia para os investidores bolsistas, que têm aproveitado as baixas taxas desde há vários anos.

Mas a tendência para a descida no mercado acionista reapareceu, com a aproximação do fim da sessão. “É claro que os investidores, neste momento, preferem vender quando os preços sobem (para realizar ganhos), do que comprar quando os preços descem” para aproveitarem os ‘saldos’, notou Art Hogan.

Para este analista do mercado, a profusão de notícias na frente geopolítica ou na Casa Branca, onde foi anunciada a recomposição da equipa de advogados que vão defender os interesses de Donald Trump, não ajuda a estabilizar o mercado.