Cerca de 102 mil trabalhadores da administração pública receberam até final de abril o acréscimo salarial devido ao descongelamento das progressões, disse esta quinta-feira a dirigente da Frente Comum de Sindicatos, à saída de uma reunião no Ministério das Finanças.

Para Ana Avoila, o número é insuficiente, tendo em conta o universo de “mais de 400 mil” que, segundo a sindicalista, já deviam ter tido direito à progressão. “O Governo só não aplicou a todos [o descongelamento das carreiras] porque não quis”, sublinhou.

Segundo o Governo, cerca de 80% dos funcionários públicos terão direito a progredir este ano, mas os sindicatos têm falado em atrasos. O acréscimo salarial decorrente do descongelamento das carreiras é pago em quatro vezes, durante dois anos: os primeiros 25% em janeiro de 2018, os segundos em setembro, depois em maio de 2019 e a última fração em dezembro.

Sobre o tema da reunião desta quinta-feira entre a secretária de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca, com as três estruturas sindicais, a revisão das carreiras, Ana Avoila disse que não houve qualquer avanço. “Não se avançou nada e não estamos disponíveis para aceitar esse processo”, afirmou a líder da Frente Comum, adiantado que a governante não apresentou uma proposta concreta mas apenas alguns tópicos e “critérios de intenção”.

Ana Avoila explicou que, por exemplo, no caso das carreiras de inspeção, o Governo pretende criar um diploma único para integrar todas as carreiras, como as da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), ASAE ou inspeção das pescas, “que são todas muito diferentes”, contestou a sindicalista.

Em cima da mesa das reuniões com os sindicatos está a revisão de carreiras transversais à administração pública, nomeadamente, as da área da fiscalização, informática e inspeção. Após a reunião com a Frente Comum no Ministério das Finanças seguem-se a FESAP e o STE. Além da negociação sobre carreiras, a ordem de trabalhos das reuniões integra ainda o tema da saúde ocupacional.

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