O partido islamita no poder na Turquia designou esta quinta-feira o seu líder e chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan, como candidato às eleições presidenciais e parlamentares que vão decorrer no país euro-asiático em 24 de junho.

De acordo com o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, os 316 deputados do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) votaram a favor de Erdogan, que será o candidato conjunto do partido no poder e do ultranacionalista Partido de Ação Nacionalista (MHP), com quem formou uma aliança eleitoral.

Binali Yildirim também anunciou a conclusão do seu cargo de “último primeiro-ministro”, antes do início da aplicação de um sistema presidencialista após as eleições de junho.

“Como primeiro-ministro do 65.º Governo da República da Turquia como último primeiro-ministro, agradeço a todos em nome do meu país e da minha nação”, disse Yildirim durante uma reunião do grupo parlamentar do AKP, citado pela agência noticiosa Efe.

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Em 2017 a Turquia aprovou em referendo uma reforma constitucional que entrega todo o poder executivo ao Presidente do país, e elimina o cargo de primeiro-ministro. “O sistema de governo presidencialista garante um governo forte e permanente estabilidade”, disse Yildirim em declarações transmitidas pela cadeia televisiva CNNTürk.

Nas eleições parlamentares, que decorrem no mesmo dia das presidenciais, o AKP formou uma aliança com o MHP de Devlet Bahçeli, atualmente a quarta força política no parlamento de Ancara. Em paralelo, o Partido Republicano do Povo (CHP), principal força da oposição, firmou uma aliança com três outras formações. De acordo com a Efe, os quatro partidos deverão apresentar na segunda-feira a sua candidatura conjunta.

Sobre as eleições presidenciais, o CHP deverá decidir na sexta-feira o nome do seu candidato, enquanto as restantes formações já apresentaram as suas opções.

A nova formação de centro-direita IYI (Bom Partido) apresentou a sua candidata, Merak Aksener, enquanto o islamita moderado Saadet, sem representação parlamentar, anunciou Temel Karamollaoglu. Por sua vez, o Partido Democrático dos Povos (HDP, esquerda e pró-curdo), terceira força no parlamento, propôs como candidato o seu ex-líder Selahattin Demirtas, em prisão preventiva desde novembro de 2016.

De acordo com diversos analistas e algumas sondagens, Erdogan não tem assegurado os 50% de votos na primeira volta, podendo ser forçado a uma segunda volta com um dos candidatos opositores, que decorreria em 8 de julho.