Com a chegada de maio, e o aproximar da época dos fogos, intensificam-se os esforços para que nada falhe quando, ou se, os incêndios chegarem. Mas por estes dias intensifica-se também o conflito entre as duas principais estruturas de coordenação: a recém-criada Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, sob a tutela de António Costa, e a Autoridade Nacional para a Proteção Civil, tutelada pelo Ministério da Administração Interna. Segundo avança o Diário de Notícias na edição desta quinta-feira, o motivo desta vez é a chegada de três peritos estrangeiros para aconselhar as autoridades nacionais.

São espanhóis, chegaram esta segunda-feira a Lisboa e vão permanecer junto da Proteção Civil lusa durante três semanas. De acordo com o Diário de Notícias, contudo, a sua presença está a causar incómodo nas estruturas. Fontes da Proteção Civil disseram àquele jornal que a chamada dos técnicos foi “imposta” pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (presidida por Tiago Oliveira), e nem a Proteção Civil nem o próprio Ministério da Administração Interna concordaram com o “formato utilizado”.

O formato a que se referem é um pedido de ajuda dirigido ao mecanismo europeu de Proteção Civil com caráter de urgência. “Um pedido de ajuda internacional já nesta altura é um atestado de incompetência aos quadros nacionais”, diz uma dessas fontes, referindo-se ao ofício de 23 de abril.

Mas até os termos em que o ofício foi escrito estão a gerar contestação. É pedida a presença “ASAP – as soon as possible” (o mais rápido possível) de um especialista em “meteorologia e comportamento do fogo” e de dois peritos em “prevenção e supressão” de incêndios florestais. Segundo Tiago Oliveira, presidente daquela agência para a gestão do combate aos fogos, recentemente criada por António Costa, não há em Portugal nenhum especialista em meteorologia, pelo que era preciso ir buscar fora. Sobre as alegadas tensões, Tiago Oliveira diz que “em alturas em que é necessário introduzir mudanças, é normal que existam pontos de vista diferentes”.

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