Pedro Nuno Santos acredita que o Partido Socialista (PS) é uma exceção num momento em que “a social-democracia está em forte retrocesso político em toda a Europa“. A convicção é defendida pelo Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares num artigo de opinião publicado esta sexta-feira no Público a que dá o título de “A social-democracia para além da ‘terceira via'”. E é uma convicção justificada pelo facto de o PS liderar “uma solução que se traduziu num programa político que restituiu a esperança de uma vida melhor a muitos portugueses. A configuração inédita da nova maioria enriqueceu a democracia, trazendo para a esfera governativa partidos que representam cerca de um milhão de portugueses”.

Sem querer dar lições a outros partidos, reforça, Pedro Nuno Santos volta a defender o modelo da ‘geringonça’. E acredita que precisa de se afastar das políticas de esquerda para chegar ao eleitorado do centro. “A decisão tomada em 2015 de procurarmos construir com a esquerda parlamentar uma solução de governo maioritária, alternativa à viabilização de um governo de direita, pode ter salvo o PS do destino de outros partidos europeus da mesma família política”, escreve.

Mesmo evitando paternalismos, Pedro Nuno Santos não resiste a associar a social-democracia ao populismo.

Quando a social democracia se demite de representar os que mais precisam do Estado como instrumento de desenvolvimento e proteção, os partidos populistas ocupam esse lugar; quando a social-democracia passa a falar sobretudo para os grupos ganhadores da globalização, ela deixa de ser politicamente necessária: qualquer partido centrista, liberal ou conservador pode fazê-lo com mais convicção.”

E reforça os seus argumentos lembrando que “o sucesso deste governo e desta maioria nada deve à terceira via. O PS não precisou de mercadorizar os serviços públicos, de liberalizar o mercado laboral, de diabolizar os “radicalismos programáticos”, de estigmatizar os mais fracos ou de ignorar os abusos do mercado para obter bons resultados sociais, económicos e orçamentais e para merecer o apoio popular”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR