Donald Trump afirmou esta sexta-feira aos seus apoiantes da Associação Nacional da Espingarda (NRA, na sigla em Inglês) que a Segunda Emenda “nunca estaria sob ameaça enquanto for Presidente”.

Com esta quarta comparência consecutiva na convenção anual deste lobby das armas, Trump consegue assim um intervalo das pressões crescentes resultantes da investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais que venceu e do caso Stormy Daniels.

Quando se dirigia para a convenção, Trump disse a jornalistas que a NRA é “verdadeiramente uma grande organização que ama o seu país”. O presidente norte-americano disse aos milhares de presentes que o seu direito a possuir e andar com armas está “sob cerco”, mas sem elaborar.

Este discurso de Trump acontece três meses depois de um tiroteio que provocou 17 vítimas mortais numa escola secundária em Parkland, no Estado da Florida. Os estudantes sobreviventes do tiroteio, ocorrido em 14 de fevereiro no liceu Marjory Stoneman Douglas, estão agora a conduzir um movimento nacional que exige maior controlo no acesso e na posse de armas.

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Entretanto, os participantes na convenção da NRA não podem transportar as suas armas, enquanto os inquilinos da Casa Branca estiverem no recinto. A NRA colocou uma notícia no seu sítio na Internet explicando que o recinto iria estar sob controlo do Serviço Secreto, que tem a cargo a proteção do Presidente, quando Trump e Pence discursarem.

Por norma, os Serviços Secretos não autorizam a presença de armas nos locais visitados pelas pessoas por cuja segurança são responsáveis. Vários estudantes da escola de Parkland criticaram a NRA nas redes sociais, denunciando o que consideram ser uma hipocrisia.

“É irónico que sintam que precisam de proibir as armas para se protegerem, especialmente quando a sua filosofia tem sido a de que mais armas é igual a mais proteção, apesar de não pensarem que precisam de proteger as nossas crianças da mesma maneira”, acusou David Hogg, estudante na escola Marjory Stoneman Douglas, que tem exigido controlo mais forte sobre as armas desde o tiroteio.

Entretanto, grupos de ativistas contra as armas e a violência manifestaram-se esta sexta-feira em Dallas, no Texas, em protesto contra a participação do Presidente, Donald Trump, na reunião anual da NRA. Apesar da chuva forte e más condições meteorológicas, os manifestantes concentraram-se no exterior do Centro de Convenções daquela cidade texana, com cartazes que simulavam lápides ou que fazem referência às últimas morte ocorridas nos EUA por ataques com armas.