O secretário-geral da Fretilin recusou-se esta segunda-feira a responder ao que considera serem “provocações” da coligação da oposição, que tem apontado alegadas irregularidades em aspetos da preparação para as eleições antecipadas de sábado em Timor-Leste.

“Não tenho comentários a fazer ao que são acusações sem qualquer base. Não tenho tempo para esse tipo de respostas. Só demonstra que estão inseguros, ao tentar encontrar problemas onde não existem”, afirmou Mari Alkatiri em conferência de imprensa. “Ficaremos a aguardar. Há instâncias competentes para resolver esses litígios”, disse aos jornalistas.

Durante a campanha para as legislativas de 12 de maio a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) — coligação liderada por Xanana Gusmão que engloba as três forças da oposição — tem feito vários “alertas” sobre o que diz serem manipulações ao processo eleitoral.

O alerta mais recente diz respeito a supostas marcas de tinta que estão em alguns boletins de voto impressos e transportados para a região de Covalima, na zona ocidental do país.

Na sua página na internet, a AMP sugere que tal é uma tentativa de manipulação do voto. Mari Alkatiri recusou-se igualmente a comentar relatos de alegados ataques feitos a militantes da AMP que a coligação diz terem sido feitos nos últimos dias em dois pontos do leste do país. “Não respondo a provocações. A polícia está a investigar os casos. Se houve violação da lei as autoridades atuarão”, considerou.

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Mari Alkatiri falava em conferência de imprensa na sede do Comité Central da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), em Díli, no arranque dos últimos dias de campanha para as eleições legislativas antecipadas de sábado. Na conferência de imprensa participaram ainda José Ramos-Horta, atual ministro de Estado, e Abílio Araújo, ambos fundadores da Fretilin.

José Ramos-Horta mostrou-se surpreendido pelo facto de durante a campanha a AMP ter produzido várias publicações nas redes sociais que põem em cheque a credibilidade dos órgãos eleitorais, Comissão Nacional de Eleições (CNE) e Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE). Ramos-Horta que tem feito campanha pela Fretilin, recordou que a comunidade internacional tem feito “rasgados elogios à CNE e STAE”, e considerou que as criticas não são dos líderes máximos da coligação, Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak.

“Parecem vir de um pequeno grupo que tem feito muito mau trabalho de media e de relações públicas da AMP”, afirmou. Mari Alkatiri afirmou que a Fretilin manteve, durante a campanha, uma postura “positiva” empenhada em dar a conhecer ao eleitorado o seu programa e disse que o partido já olhou para o seu passado reconhecendo “o positivo e o negativo” do que ocorreu. “Lamentamos que alguns partidos não tenham falado de programa e tenham feito uma campanha negativa, uma campanha de provocação”, disse ainda Mari Alkatiri.