A McLaren já anunciou que SUV estão fora de questão, considerando que veículos mais pesados e altos não se coadunam com os valores da marca, nem estarão à altura de uma condução desportiva. Contudo, não afirmou o mesmo em relação à possibilidade de avançar para um desportivo eléctrico alimentado por bateria. Admitiu mesmo que estudou o assunto, mas deparou-se com uma dificuldade que se revelou inultrapassável.

O modelo actualmente mais exuberante e potente da McLaren é um Senna, que tem mesmo direito a uma versão GTR, específica para pista, que é um verdadeiro regalo para a vista. Mas o construtor britânico, sem que recorra exclusivamente a mecânicas a gasolina, não é insensível às preocupações ambientais de alguns dos seus clientes, que querem desportivos que não poluam. Assim, estudou a possibilidade de trocar o 4.0 V8 biturbo do Senna por dois motores eléctricos, um por eixo, alojando o pack de baterias em T, para melhor aproveitar a zona entre os dois assentos e a parte do espaço central actualmente ocupado pelo motor e depósito de combustível.

Decidiram os técnicos da McLaren que, com pequenas alterações na plataforma, seria possível alojar dentro do hiperdesportivo as baterias necessárias para garantir a pretendida autonomia, tendo ficado satisfeitos com a facilidade – e custos substancialmente inferiores – com que seria possível assegurar um superior nível de potência, para cúmulo com tracção às quatro rodas.

Contudo, nem tudo correu bem, tendo os engenheiros da casa lidado com um problema que se revelou impossível de ultrapassar. Enquanto um McLaren Senna com 800 cv pesa apenas cerca de 1.200 kg, um Senna eléctrico nunca conseguiria baixar das duas toneladas. Embora estes 800 kg extra – devidos ao pack de baterias – estivessem colocados muito em baixo, não prejudicando muito o centro de gravidade, nunca o Senna EV seria capaz do mesmo tipo de dinâmica apurada que os clientes da marca tanto apreciam. Assim sendo, enquanto não surgirem baterias mais sofisticadas e leves, não haverá McLaren EV.

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