A agência de notação financeira Moody’s melhorou esta segunda-feira a perspetiva (‘outlook’) dos depósitos de longo prazo do Novo Banco para positiva, sem alterar o ‘rating’, segundo um comunicado enviado ao mercado.

Num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco informa que a Moody’s “tomou uma decisão de ‘rating'” relativamente ao banco, alterando o “‘outlook’ [perspetiva] do ‘rating’ dos depósitos a longo prazo para positive […] e confirmou o ‘rating’ de depósitos a longo prazo do Novo Banco em Caa1”.

Esta decisão é tomada “na sequência da divulgação das contas anuais auditadas de 2017 e refletem a avaliação que a Moody’s efetuou à estrutura do passivo do Banco no final de 2017 incorporando as alterações ao seu balanço após a conclusão do ‘liability management exercise (LME)’ a 4 de outubro de 2017”, explica a instituição.

Ao mesmo, aquela agência de notação financeira “efetuou o ‘upgrade’ do Counterparty Risk (CR) Assessment de longo prazo para B2(cr) de B3(cr) e afirmou o baseline credit assessment (BCA) do Novo Banco e o adjusted BCA em caa2, assim como o ‘rating’ da dívida sénior unsecured de longo prazo em Caa2”, de acordo com o comunicado à CMVM.

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Acresce que “o ‘outlook’ para os ‘ratings’ da dívida sénior unsecured de longo prazo mantém-se em positive”. Já os depósitos de curto prazo e de papel comercial, tal como o CR Assessment de curto prazo de Not Prime e Not Prime(cr), “não foram afetados por esta decisão de ‘rating'”.

O Novo Banco adianta que a decisão conhecida esta segunda-feira “conclui a revisão dos ‘ratings’ dos depósitos de longo prazo iniciada a 5 de abril de 2017 e prorrogada em 6 de outubro de 2017 e em 22 de fevereiro de 2018”. Na semana passada, outra agência de notação financeira, a DBRS, melhorou o ‘rating’ atribuído ao Novo Banco de ‘CCC’ (alto) para ‘B’ com perspetiva positiva, vendo melhorias no banco, apesar de ainda o manter num nível de ‘lixo’.

No final de março, depois de ter obtido prejuízos recorde de 1.395,4 milhões de euros e imparidades superiores a dois mil milhões de euros em 2017, o Novo Banco disse que ativou o mecanismo de capital contingente, para receber do Fundo de Resolução um montante de 791,7 milhões de euros.

O mecanismo de capital contingente foi criado aquando da negociação da venda do Novo Banco à Lone Star e prevê que o Fundo de Resolução (gerido pelo Banco de Portugal e pelo Ministério das Finanças) possa capitalizar o Novo Banco até 3,89 mil milhões de euros durante oito anos por perdas num conjunto de ativos, caso essas perdas afetem os rácios de capital do banco.

Nesse sentido, o Estado deve emprestar até 450 milhões de euros ao Fundo de Resolução para capitalizar o Novo Banco, sendo que o restante dos 791,7 milhões necessários são recursos já disponíveis e que resultam de contribuições pagas pelo setor bancário.