A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou pelo menos dois casos de tentativa de coagir médicos internos a não aderirem à greve de três dias que começou esta terça-feira. Durante a concentração de protesto frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, o presidente da FNAM disse aos jornalistas que dois agrupamentos de centros de saúde tentaram obrigar os médicos internos a uma ação de formação de três dias.

Segundo João Proença, a indicação dada a esses médicos em formação de especialidade era de que se não comparecessem à formação teriam falta e não a poderiam repetir no próximo ano. A situação terá ocorrido no agrupamento de centros de Saúde de Almada/Setúbal e num outro na região do Algarve. “Há uma lei que determina que quando estamos em greve não temos de aceitar a decisão do patrão, seja privado ou público”, lembrou o presidente da FNAM.

Os médicos iniciaram esta terça-feira às 00h00 três dias de greve nacional. A reivindicação essencial é “a defesa do Serviço Nacional de Saúde” e o respeito pela dignidade da profissão médica, segundo os dois sindicatos que convocaram a paralisação — o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Em termos concretos, os sindicatos querem uma redução do trabalho suplementar de 200 para 150 horas anuais, uma diminuição progressiva até 12 horas semanais de trabalho em urgência e uma diminuição gradual das listas de utentes dos médicos de família até 1.500 utentes, quando atualmente são de cerca de 1.900 doentes. Entre os motivos da greve estão ainda a revisão das carreiras médicas e respetivas grelhas salariais, o descongelamento da progressão da carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma.

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