A petrolífera estatal brasileira Petrobras anunciou esta terça-feira que teve um lucro de 6,9 mil milhões de reais (1,6 mil milhões de euros) no primeiro trimestre do ano, o melhor resultado que a empresa alcançou nos últimos cinco anos. Segundo o balanço da Petrobras, este lucro também indica um aumento de 56% na comparação com os três primeiros meses de 2017.

“A principal explicação para o aumento de 56% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado é o aumento nas cotações internacionais do [barril] de petróleo, que saiu de 53,8 dólares (45,3 euros) na média do primeiro trimestre de 2017 para 66,8 dólares (56,2 euros) neste ano”, informou a empresa no balanço.

A estatal brasileira acrescentou que a mudança no preço internacional também permitiu margens mais elevadas nas exportações de petróleo e gás natural, assim como na venda de derivados. O lucro foi registado três meses depois de a Petrobras ter anunciado que no ano passado teve perdas de 446 milhões de reais (cerca de 105,6 milhões de euros), dado que marcou o quarto ano consecutivo de balanços negativos.

Apesar do desempenho positivo, a Petrobras anunciou que houve redução no volume de vendas de petróleo no Brasil e no volume de petróleo exportado.

A produção total de petróleo e gás natural da estatal brasileira no primeiro trimestre de 2018 foi de 2.680 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), sendo 2.582 mil boed no Brasil, 4% menos relativamente ao primeiro trimestre de 2017.

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A produção de derivados de petróleo, no Brasil, caiu 7% e as vendas 9%, em relação ao período homólogo de 2017, totalizando 1.679 mil barris por dia (bpd) e 1.768 mil bpd, respetivamente.

“Em relação ao quarto trimestre de 2017, houve queda no volume de vendas de gasolina e diesel, em função da menor demanda, embora tenha havido recuperação do ‘market share’ [mercado de vendas] no diesel, como consequência dos ajustes de preço implementados no final de 2017”, explicou a empresa.

A Petrobras anunciou também que teve um lucro operacional 25% maior que no primeiro trimestre do ano passado, totalizando 17,82 mil milhões de reais (4,2 mil milhões de euros). O resultado foi influenciado pelo início da produção no campo de Búzios, o avanço físico na construção das oito plataformas que serão instaladas no Brasil até ao final de 2019 e o crescimento de 4% nas exportações.

A dívida da petrolífera brasileira diminuiu para 81,45 mil milhões de dólares (68,6 mil milhões de euros), uma redução de 4% em relação ao último trimestre. O prazo médio de vencimento das dívidas da empresa aumentou de 8,62 anos para 9,26 anos e manteve a taxa média de juros em 6%.