Rúben Dias, jogador do Benfica, foi esta terça-feira punido com dois jogos de suspensão pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol na sequência do processo sumaríssimo que lhe foi aplicado.
Em causa está o lance dividido com Gelson Martins, no Sporting-Benfica deste sábado, onde o central benfiquista atingiu com o cotovelo a face do avançado verde e branco. A moldura penal prevista para estes casos é de uma suspensão entre 1 e 10 jogos: o Conselho de Disciplina decidiu aplicar dois jogos de castigo a Rúben Dias, com base naquilo que foi definido como agressão no acórdão elaborado pela Comissão de Instrutores da Liga, responsável pela abertura do processo, por iniciativa própria.
Rúben Dias falha assim o último jogo da época, frente ao Moreirense, e fica desde já de fora da primeira partida do próximo campeonato. De acordo com A Bola, o Benfica já terá sido formalmente informado da decisão. Rui Vitória tem agora uma dor de cabeça para resolver no eixo da defesa, já que além da suspensão de Rúben Dias existe também a Jardel, que viu o quinto cartão amarelo frente ao Sporting.
Ao falhar a receção deste domingo ao Moreirense, o jovem central de 20 anos vai perder um prémio de 100 mil euros. O contrato do jogador prevê um bónus salarial caso Rúben Dias cumpra 30 jogos oficiais durante a época: com o dérbi, o central contabilizou 29 partidas pela equipa principal, entre campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga dos Campeões.
O Benfica já anunciou que vai recorrer da decisão do Conselho de Disciplina, alegando “nulidade por omissão de diligência essencial”. A SAD encarnada considera que a instrução do processo não foi liderada pela Comissão de Instrutores da Liga da maneira correta, já que o árbitro Carlos Xistra – que apitou a partida – e o vídeoárbitro Hugo Miguel não foram ouvidos.
A instrução do processo instaurado a Rúben Dias decorreu apenas com recurso a imagens televisivas: as mesmas a que Hugo Miguel teve acesso durante o jogo. O Benfica considera ainda que os processos sumaríssimos se destinam à aplicação de castigos reduzidos e que este não é o caso, já que a suspensão do central encarnado se vai prolongar até agosto. Para o clube, deveria ter-se optado por um castigo disciplinar – com oportunidade para ouvir todos os intervenientes – e não um sumaríssimo de resolução rápida.