Silvio Berlusconi não irá vetar a formação de um governo de coligação entre os partidos populistas italianos Movimento Cinco Estrelas e a Liga Norte. Em comunicado, citado pela Bloomberg, o ex-primeiro-ministro de Itália garantiu que irá respeitar a decisão de um “outro partido do centro-direita de criar um governo com o Movimento Cinco Estrelas”, mas que não dará o seu voto de confiança a um executivo assim, limitando-se a apoiar as leis que coincidam com o programa do centro-direita.

Esta declaração significa uma mudança de posição por parte de Berlusconi, que se tinha mostrado contra uma coligação da Liga — aliada do seu partido, o Forza Italia — com o Movimento Cinco Estrelas. Na nota divulgada, Berlusconi frisou que este último “não tem maturidade política para assumir esta responsabilidade”, mas que um eventual acordo deste com a Liga “não marcará o fim da aliança” desta com a Forza, “em particular nas regiões que dirigem em conjunto”. “Iremos calmamente e sem preconceitos avaliar o trabalho do governo”, disse.

Luigi Di Maio, líder do Movimento Cinco Estrelas, e Matteo Salvini, dirigente da Liga, mostraram-se disponíveis para governar em conjunto na sequência das eleições de 4 de março deste ano, que terminaram num impasse e sem a formação de um governo com apoio parlamentar. Mas as conversações congelaram quando se falou no nome de Silvio Berlusconi. Di Maio tem insistido em excluir o ex-primeiro-ministro da governação, mas Berlusconi é um aliado preciso para Salvini. Um problema que pode ficar resolvido com estas declarações do líder da Forza Italia.

Se não alcançado um acordo nos próximos dias, a Itália pode voltar a eleições, como já admitiu o presidente Sergio Mattarella. A alternativa poderia passar pelo apoio de um Governo neutral e de técnicos só para aprovar o Orçamento do Estado de 2019, realizando-se as novas eleições no início do próximo ano.

Presidente italiano admite Governo “neutral” para fazer orçamento de 2019 ou nova eleições

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