Cerca de 75% das grávidas foram vacinadas contra a tosse convulsa em 2017, revela o Boletim Programa Nacional de Vacinação, segundo o qual foi atingido o objetivo de 95% de vacinação para todas as vacinas até aos sete anos.

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) passou, no início do ano passado, a ter novos esquemas vacinais gerais, em função da idade e do estado vacinal anterior e ainda esquemas vacinais específicos para grupos de risco ou em circunstâncias especiais.

A vacina contra a tosse convulsa passou a ser recomendada a grávidas entre as 20 e as 36 semanas de gestação, como forma de garantir a imunidade do bebé até que este possa fazer a primeira dose da vacina, recomendada aos dois meses de idade, refere o boletim, divulgado esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

No ano em que se comemoram os 10 anos de vacinação contra o cancro do colo do útero, “continuam a vacinar-se mais de 85% das jovens até aos 14 anos”, salienta a DGS. O Boletim Programa Nacional de Vacinação destaca que “foi atingido o objetivo de 95% de vacinação para todas as vacinas avaliadas até aos 7 anos de idade”.

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Aos três meses de idade cerca de 95% das crianças já tinham cumprido o esquema recomendado para as vacinas em estudo (1ª dose das vacinas contra S. pneumoniae e contra tosse convulsa). No entanto, aos 13 meses, 16% das crianças ainda não estavam protegidas contra o sarampo, e 15% não estavam protegidas contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C, refere o boletim, salientando que “estes resultados revelam uma melhoria em relação ao ano de 2016”.

“De uma forma geral, a avaliação efetuada dá conta dos excelentes resultados na aplicação do PNV, fruto do compromisso e dedicação dos profissionais de saúde, bem como da forte adesão dos cidadãos”, salienta a DGS.

Estima-se que em 2017, tenham sido administradas, em campanha, mais cerca de 40 mil doses de vacinação contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR), em comparação com o ano anterior (21%), a maioria (79%) a adultos.

Os dados indicam que a cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo, avaliada aos dois anos, foi de 98%, e, para a segunda dose, nos menores de 18 anos, variou entre 96% e 98%, coberturas mais elevadas do que as verificadas no ano anterior. “No entanto, continuam a registar-se valores abaixo da meta em algumas áreas do país”, observa.

Os surtos de sarampo que ocorreram em Portugal no último ano vieram chamar a atenção para a importância da vacinação atempada, especialmente até aos 12 meses, tendo sido “intensificados os esforços do Programa para convocar todas as pessoas com esquema vacinal em atraso”, acrescenta.

O boletim salienta que “a elevada cobertura vacinal e a implementação precoce de medidas de controlo contribuíram para a rápida interrupção da transmissão” da doença nas regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo, onde foram registados sete e 20 casos, respetivamente, “menos de dois meses após deteção dos primeiros casos, respeitando-se assim os critérios para a manutenção do estatuto de eliminação do sarampo em Portugal”.

Defende ainda que para a contenção e interrupção da circulação do vírus do sarampo é crucial uma elevada cobertura vacinal, “uma vigilância epidemiológica efetiva e a implementação precoce de medidas de controlo”.