O antigo diretor de comunicação do Sporting e atual comentador da TVI, Pedro Sousa, terá pedido ao juiz Rui Rangel que intercedesse a seu favor junto de um colega que tutelava o processo laboral que o opunha ao clube. De acordo com o Correio da Manhã, que cita informações que constam da Operação Lex, o intermediário da cunha pedida a Rangel terá sido José Veiga. Como moeda de troca, conta o mesmo diário, Pedro Sousa ajudaria José Veiga a chegar ao antigo governante Sérgio Monteiro.

Pedro Sousa — diretor de comunicação nos tempos da presidência de Godinho Lopes — tinha um litígio laboral com o Sporting desde que foi afastado por Bruno de Carvalho em 2013. Nesse processo, Pedro Sousa e Irene Palma — igualmente afastada pelo clube — terão exigido, no total, cerca de 600 mil euros de indemnização. Foi para este processo que Pedro Sousa pediu ajuda.

Para que José Veiga o ajudasse, Pedro Sousa terá prometido que dava ao antigo empresário de futebol acesso a Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado do Governo PSD/CDS e atual assessor do Fundo de Resolução do BES, para que este o ajudasse na compra do Banco Internacional de Cabo Verde. E como? Segundo o Correio da Manhã, o “trunfo” de Pedro Sousa era a mulher e ex-jornalista da RTP, Patrícia Galo, que — por ter sido assessora de Carlos Moedas no Governo — conhecia Sérgio Monteiro e poderia influenciá-lo de forma a que o banco fosse vendido a José Veiga.

Escutas telefónica de conversas entre Pedro Sousa e José Veiga a 19 e 20 de outubro de 2015 terão sido essenciais para descobrir o pedido de favores que consta da investigação da Operação Lex. Dez dias depois, a 30 de outubro, José Veiga e Octávio Correia — funcionário que trabalhava com Rangel — encontram-se num hotel do Estoril e, nesse mesmo dia, Veiga telefona a Pedro Sousa a transmitir pormenores do processo.

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