No plano teórico, o serviço Care by Volvo tinha tudo para funcionar na perfeição e ser bem acolhido pelos clientes que querem utilizar os veículos da marca sem terem de os adquirir e de se preocuparem com todos os pormenores (que são muitos, do seguro às manutenções e substituições de pneus) inerentes à propriedade de um veículo de transporte. O serviço iniciou-se há uns meses nos EUA onde, por um valor mensal de 600 dólares (502€), o cliente pode ter o carro que quiser sem pensar mais nisso.

Se há clientes satisfeitos com o Care by Volvo, há muitos mais furiosos com o serviço de assinatura, reclamando estar há meses à espera que o seu Volvo lhe seja entregue. E o mais curioso é que o carro já está nos EUA, mas não há meio de encetar a curta deslocação que o leva do porto onde desembarcou, ao cliente que o aguarda com manifesta ansiedade e, talvez até, com alguma dose de raiva.

Ao que parece, quase tão grave quanto o atraso, é a ausência de respostas ou explicações à altura. A Volvo diz que o problema nada tem a ver com a marca, mas sim com a empresa seguradora, a Liberty Mutual, que segundo o fabricante sueco não liberta os contratos, o que tem levado muitos clientes a manifestarem o seu desagrado nas redes sociais e nos sites associados à indústria automóvel.

Contudo, esta explicação faz pouco sentido, uma vez que o Care by Volvo leva a que todos os clientes paguem o mesmo tipo de seguro, o que está longe de ser habitual nos EUA, onde os melhores condutores pagam muito menos do que os que passam a vida a dar toques, a ter acidentes ou a ser apanhados a conduzir bêbados ou em excesso de velocidade. Se a Liberty Mutual cobra o mesmo aos clientes, sejam eles mais ou menos responsáveis, significa que é a Volvo a suportar a diferença. E os riscos de ter como clientes condutores menos recomendáveis.

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