Nem Inter, nem Lazio. Monaco? Não. Everton? Também não. Sérgio Conceição tem interessados, diz-se, mas até agora, e mesmo desviando o assunto (com souplesse) na sala de imprensa, tudo levar a crer que fica — até porque estará, desde há muito, a preparar a nova temporada com Pinto da Costa e Luís Gonçalves, o diretor-geral do futebol portista. O treinador permanece, sim.

Mas o plantel que vai treinar não tem ainda confirmada qualquer nova contratação, apenas saídas certas, outras quase certas, e dúvidas: há contratos a terminar já na próxima época (e isso leva a ponderar renovações ou… abandonos “prematuros”) e negócios na calha — uns há que são de ocasião, outros porque é preciso dinheiro “fresco” para ir ao próximo mercado.

DEFESA. Dois centrais saem já, Casillas está no vai-não-vai (e ainda há os três )

Na defesa, certa é a saída de Marcano e Diego Reyes. Ao longo da época o FC Porto tentou renovar com ambos (os contratos terminam em junho) mas a tentativa nunca passaria disso mesmo. O espanhol é pretendido pelo Valência e o mexicano tem mercado aqui ao “lado” mas igualmente na Alemanha, em Inglaterra ou na Itália, sendo a Lazio a favorita a contratá-lo sem gastar um tostão.

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Quem também termina a ligação aos portistas no Verão é Maxi Pereira, ele que é dos mais bem pagos: são quatro milhões de euros brutos por temporada. O lateral, no entanto, pretende continuar no Invicta e informou disso o FC Porto. Mas o ordenado do uruguaio terá que baixar e muito se pretender vestir de azul-e-branco mais algum tempo — até porque Maxi foi durante quase toda a época suplente de Ricardo e ainda há Dalot a emergir.

O contrato termina… mas o uruguaio até pode não sair (Créditos: MIGUEL RIOPA/AFP/Getty Images)

Ainda no que à defesa diz respeito (e a jogadores que terminam contrato já no Verão), segue-se Casillas: Pinto da Costa já disse publicamente (até durante os festejos do título no último fim-de-semana) que pretende a continuidade do espanhol no Dragão, mas ele, Casillas, não se descose e mercado (da China à América, onde vai ter certamente muito mais zeros à direita no cheque do fim do mês) é coisa que não lhe falta.

Outro guarda-redes, Fabiano, termina contrato em 2019 e, até porque é hoje a quarta opção de Sérgio na baliza, pode ser vendido já. Se renovar (e Casillas porventura prosseguir) pode acabar como quinta opção, pois Diogo Costa (o promissor guarda-redes dos bês portistas) vai subir à primeira equipa na próxima época.

Por falar em bês. Há outros três “Diogos” (o lateral Diogo Dalot e os centrais Diogo Queirós e Diogo Leite) que, e mesmo tendo contrato, podem sair ainda antes de se afirmarem como titulares: as suas cláusulas de rescisão, na ordem dos 20 milhões de euros, não parecem intimidar os “tubarões” europeus, sobretudo os de Inglaterra.

Falta ainda falar de Ricardo Pereira. O contrato termina em 2019 e não é ainda certo que o renove. Caso o Fernando Santos o convoque para o Mundial (tem a concorrência de Semedo e Cancelo como alternativa ao quase certo Cédric) o mercado aumenta. E os 20 milhões da rescisão são um bom negócio por um jogador que já em janeiro de 2019 pode assinar a custo zero por outro clube.

Contas feitas, e olhando à defesa campeã, apenas Felipe e Telles parecem seguros. E Yordan Osorio, que pouco jogou vindo do Arouca este Inverno, mas por quem o FC Porto está obrigado a pagar 2,5 milhões de euros.

MEIO-CAMPO. Do capitão ao mágico: renovar ou não renovar, eis a questão

Ninguém termina contrato já. Mas Herrera, o capitão, termina-o no Verão de 2019. E agora? Certo é que Herrera vai figurar nas escolhas de Juan Carlos Osorio para o Mundial. Se há interessados agora (muito se falou do Nápoles em tempos não muito idos), uma boa prestação na seleção vai aumentá-los. Herrera não quer ir. É ele que diz (e repete quando lho perguntam, como aquando dos festejos de domingo passado) que ninguém “quer ganhar mais” do que ele no FC Porto. Mas para continuar tem que acertar a renovação muito em breve. A situação de Marcano, por exemplo, prolongou-se. E prolongou-se, prolongou-se, prolongou-se… com o desfecho que todos sabem.

Quem também pode assinar em janeiro de 2019 a custo zero por outro clube é Brahimi. Não é capitão, não. Mas é para alguns o melhor jogador dos portistas e, até, do campeonato nacional. Se é ou não é, não importa. Importa é que ninguém como ele (talvez Marega…) tem mercado. E o FC Porto resistiu sempre ao mercado. Agora, e tendo apenas 50% dos direitos económicos do jogador, um negócio na ordem dos 20 milhões de euros pode estar na calha e Brahimi não se oporá a ele. O Inter de Milão e o Marselha têm interesse, mas são o Everton e o Newcastle de Inglaterra quem está na linha da frente. A renovação não impedirá uma potencial saída, apenas aumenta a margem negocial dos portistas. A partir de janeiro essa margem vai-se toda.

Um abraço de despedida a Brahimi? (Créditos: Octavio Passos/Getty Images)

André André está no FC Porto como em “casa”. Mas o contrato termina já em 2019 e André André não foi um indiscutível (quase nem opção foi…) para Sérgio Conceição. A negociá-lo, é agora. Até porque faz 29 anos em agosto.

Óliver Torres, outro que pouco contra para Sérgio, ou Paulinho, contrato em janeiro mas que pouco jogou, podem, apesar da duração longa dos contratos que têm, deixar o Dragão se entretanto chegar uma proposta tentadora. No caso concreto de Paulinho, que custou “apenas” cinco milhões, qualquer proposta acima disso é lucro. Já no caso de Óliver, que custou 20 milhões, rentabilizar o investimento vai ser complicado se continuar outra temporada “esquecido” como suplente.

ATAQUE. Agora todos querem aquele que ninguém queria

O contrato é seguro, até ao Verão de 2020. E muitos, há não muito tempo assim, diriam que era tempo a mais. Tudo mudaria este ano e Marega tornou-se um indiscutível, idolatrado e respeitado. A cláusula de rescisão está em 40 milhões de euros. O Tottenham, o Chelsea e o Manchester United de Mourinho há muito que o observam. Mas quem está à frente na disputa até pode ser o Nápoles. O presidente dos napolitanos, Aurelio De Laurentiis, revelou nos últimos dias que já contratou um avançado que fez 20 golos nesta época. E o Corriere della Sera garante que o avançado é Moussa Marega. Será?

O presidente do Nápoles diz que contratou um avançado goleador. Será Marega? (Créditos: MIGUEL RIOPA/AFP/Getty Images)

A terminar contrato no próximo ano está Gonçalo Paciência. Portista dos sete costados — ou não fosse ele filho de quem é –, Gonçalo foi repescado em janeiro em Setúbal e utilizado desde então de forma intermitente. Mas se amanhã mesmo Pinto da Costa lhe colocar um contrato à frente, Gonçalo não hesitará em assiná-lo. E Conceição não se oporá à renovação.

Já em Hernâni, a confiança do treinador não é idêntica. Também o contrato do velocista, perdão, do extremo termina em 2019. Uma renovação não parece que vá acontecer. Saída? Por empréstimo (já foi emprestado ao Olympiacos e ao Guimarães) não interessa a ninguém que ele saia, então, apenas vendido deverá sair do Dragão. Veremos. Tal como veremos se há ou não propostas por Aboubakar e Corona, jogadores que tiveram uma temporada irregular, ora titulares, ora suplentes. Caso haja, pode viabilizar as futuras compras.

Certa é a permanência de Waris. Chegou em janeiro do Lorient, jogou somente 127 minutos e, sendo ponta-de-lança, não tem golos. Está emprestado pelos franceses. Mas a sua cláusula de compra é obrigatória: seis milhões de euros.