Recentemente, a Tesla teve de chamar à oficina 125 mil unidades do Model S, que apresentavam sinais de corrosão nuns parafusos da direcção assistida. Ao que parece, o problema só aparecia em veículos que circulavam em climas muito frios, mas o CEO da empresa, Elon Musk, preferiu jogar à defesa e chamar todos os carros equipados com esse lote de peças, incorporados em modelos produzidos até Março de 2016.

Ora estes recalls têm custos, que afectam as margens de lucro, pelo que Musk não hesitou em fazer como é habitual na indústria e passar a responsabilidade – e a despesa – para a Bosch, que produziu e forneceu a peça com uma qualidade abaixo das expectativas, o que prova que a Tesla está cada vez mais alinhada com os líderes desta indústria e sensível ao papel dos fornecedores, responsabilizando-os quando algo corre mal.

Quanto aos problemas na produção do Model 3, a grande dor de cabeça da marca americana que aparentemente está em vias de ser resolvida, Musk mudou igualmente de atitude em relação às empresas que alimentam a linha de montagem, bem como a alguns dos quadros da Tesla. Num email recente enviado para todos os empregados, escreveu que “há muitos quadros médios da empresa que não têm funções específicas e que não parecem contribuir para um melhor desempenho, mas apenas para aumentar os custos”.

Os fornecedores são igualmente criticados, com o CEO a admitir que os contratos assinados foram mal pensados, com a falta de experiência da Tesla a obrigar a custos adicionais. Segundo Musk, “os contratos com alguns fornecedores foram concebidos tendo por base o fornecimento de materiais ou serviços  sem limite de tempo, quando deveriam ter em conta a duração e um preço fixo, o que leva a que os fornecedores tenham interesse em prolongar eternamente a ligação à Tesla, incrementando os custos”, comparando-os às bonecas russas matrioskas.

Outra lição que os responsáveis pela Tesla aprenderam diz respeito à quantidade de pessoas nas instalações, especialmente na linha de produção, que em vez de ajudar a incrementar o ritmo, diminuem-no. Para resolver esta questão, Musk enviou mais um email, desta vez a exigir que todos os empregados contactassem os serviços de pessoal, explicando porque necessitam de aceder a certas áreas da empresa, a começar pela linha de montagem. Os que não conseguirem provar a mais-valia da sua presença verão a sua entrada barrada e, muito provavelmente, serão dispensados, ou então deslocados para outras áreas da empresa.

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