A Candidatura de União Popular (CUP), partido de extrema-esquerda e independentista da Catalunha, decidiu abster-se na votação desta segunda-feira para eleger Quim Torra para o cargo de próximo presidente do governo autonómico daquela região. Com esta decisão, a CUP abre o caminho àquele deputado do Juntos Pela Catalunha, que agora deverá ser eleito com maioria simples.

A decisão foi anunciada este domingo, depois de uma reunião do conselho político e grupo de ação parlamentar da CUP. Em comunicado, aquela força política que é encabeçada por Carles Riera no parlamento regional, afirmou que “não bloqueará a formação de um novo governo, mantendo as suas quatro abstenções, sem garantir a governabilidade, fazendo uma oposição ativa durante a atual legislatura”.

Desta forma, a CUP mantém a votação que já tinha feito este sábado, aquando da primeira sessão de investidura de Quim Torra. O resultado não foi favorável ao homem escolhido a dedo por Carles Puigdemont: 66 votos a favor, 65 contra e 4 abstenções, todas da CUP. Na segunda-feira de manhã está agendada uma segunda e última votação, onde bastará a Quim Torra uma maioria simples para ser eleito o próximo presidente do governo regional da Catalunha. Assim sendo, se o resultado da votação de segunda-feira e for igual ao deste sábado, Quim Torra será o próximo líder da Generalitat.

Embora tenha apenas 4 deputados no parlamento regional da Catalunha, a CUP é essencial para a aritmética independentista naquela câmara. Nas eleições autonómicas de dezembro de 2017, convocadas por Madrid após a declaração unilateral da independência do final de outubro do mesmo ano, os independentistas que entraram para o parlamento regional foram o Juntos Pela Catalunha (34 deputados; liderado por Carles Puigdemont, então na Bélgica), a Esquerda Republicana Catalunha (32 deputados; cujo cabeça de lista, Oriol Junqueras, já estava à altura em prisão preventiva); e a CUP, com 4 deputados.

As eleições de 2017 revalidaram a maioria absoluta entre independentistas que, todos somados, têm 70 deputados — a maioria começa nos 68 parlamentares.

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