Era a sexta final europeia do Marselha. Chegou duas vezes ao jogo decisivo da Champions, perdendo um e ganhando o outro. À final da Taça UEFA/Liga Europa chegou outras duas vezes, aqui perdendo ambas. A sexta final jogou-a na extinta Taça Intertoto. E venceu. Agora, e depois de vencido também pelo Atlético, na noite desta quarta-feira, perdeu a sua terceira final da competição secundária da UEFA.

Só o Benfica tem igual registo negativo de finais perdidas nesta prova.

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MARSELHA-ATLÉTICO (0-3)

Groupama Stadium, em Lyon

Liga Europa 2017/2018 (Final)

Árbitro: Björn Kuipers (HOL)

Marselha: Mandanda; Sarr, Rami, Luiz Gustavo e Amavi; Anguissa, Sanson, Thauvin, Payet (Maxime Lopez, 32′), e Ocampos (Njie, 55′); Germain (Mitroglou, 74′)

Suplentes não utilizados: Pelé, Sakai, Kamara e Rolando

Treinador: Rudi Garcia

Atlético: Oblak; Vrsaljko (Juanfran, 46′), Giménez, Godín e Lucas; Gabi (Torres, 90′), Koke, Correa (Thomas, 88′) e Saúl; Diego Costa e Griezmann

Suplentes não utilizados: Werner, Filipe Luis, Savic e Gameiro

Treinador: Diego Simeone

Golos: Griezmann (21′; 49′) e Gabi (89′)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Vrsaljko (23′), Amavi (38′), Luiz Gustavo (75′), Njie (78′) e Lucas (78′)

É certo que o Marselha perdeu. Mas até foi, até ao minuto 21, superior ao Atlético, desde logo na posse — não se tratava só de tê-la, à bola, mas sim de saber o que fazer com ela; e o Marselha sabia perfeitamente o que fazer-lhe. Logo ao minuto quatro, por exemplo, Payet isolou Germain nas costas da defesa do Atlético e, à saída de Oblak da baliza, o avançado francês remata sem direção.

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O problema foi o tal minuto 21. E um erro ao minuto 21. Mandanda faz um passe à queima para Anguissa, a receção do trinco do Marselha é deficiente, Correa interceta e, mesmo sem querer, isola Griezmann. Antoine Griezmann não perdoou só com o guarda-redes pela frente. Raramente perdoa.

O Marselha, mesmo com tanto para jogar, quebrou. Emocionalmente falando. Cometeu erros atrás de erros na defensiva, perdeu a clarividência lá na frente também. E perderia mais quando, em lágrimas, Payet, o iluminado Payet — que hoje foi só bruxuleante –, abandonou o Groupama Stadium. Recorde-se que foi Payet que, após entrada dura, lesionou Ronaldo na final do último Europeu. Karma

O Atlético não pressionava. Remates nem os ver também. Apenas controlava. Esperava. Esperava. Esperava.

Ao minuto 49, o finalizador do costume, Antoine Griezmann, resolveu: Koke e Griezmann tabelam, o espanhol isola-o e volta Griezmann a bater Mandanda só com o francês por diante.

A melhor ocasião de golo do Marselha foi, imagine-se, ao minuto 81. Bouna Sarr cruza à direita e Mitroglou, num boa desvio de cabeça, acerta onde menos queria: o poste.

Pouco depois, ao minuto 89, o Atlético matou uma final já de morta. No contra-golpe, viu em vantagem numérica na defesa do Marselha, Diego Costa, à esquerda, passou a Koke mais ao centro e à entrada da grande área, Koke viu Gabi à direita e entregou lá a bola redonda, Gabi rematou cruzado e Mandanda nada podia fazer para evitar o terceiro.

Contas feitas, o Atlético conquistou pela terceira vez a competição, isto depois de erguer o “caneco” em 2010 e 2012 também.