Segundo o The Times, a Porsche foi apanhada a mentir outra vez. Desta vez para poupar 225 libras por ano em impostos, como se isso fosse importante para um cliente que acabou de adquirir um desportivo por 60.000 libras, ou seja, 300 vezes mais. Ao contrário da Ferrari e Lamborghini, entre outros construtores de veículos desportivos, a Porsche achou que devia dar um “jeitinho” às emissões do Cayman R, para evitar que o modelo pagasse os mesmos impostos dos seus concorrentes. E foi apanhada a alterar os valores oficiais que declarava nos restantes países europeus.

Um cliente adquiriu um Cayman R, cujo certificado local mencionava 221 gramas de CO2. Mas o homem, ou por ser advogado ou por ser particularmente picuinhas, deu-se ao trabalho do comparar com os valores anunciados no resto da Europa, onde o CO2, como que por artes mágicas, subia para 228 g de CO2.

A diferença entre ambos os valores pode ser considerada ridícula por uns, ou completamente estúpida por outros, mas a realidade é que há um truque por detrás de tudo isto, que foi na prática o motivo pelo qual a Porsche decidiu fazer a “vigarice”. Com 221g de CO2, o Cayman R obrigava os proprietários a pagar anualmente uma taxa de 315 libras (360€), enquanto os 228g o atiravam para 540 libras (618€). E eis que os responsáveis pela Porsche acharam aceitável – porque, obviamente, legal não seria – distorcer um pouco a realidade.

O advogado/cliente adquiriu o modelo e processou o fabricante em 2011, sendo que a Porsche viu-se obrigada a pagar para chegar a acordo antes do caso ir aos tribunais. Sucede que o comprador foi mais longe, questionando qual seria a posição da Vehicle Certification Agency em relação ao diferencial dos valores anunciados para o CO2, dentro e fora do Reino Unido. O que levou aos responsáveis ingleses a concluir que, entre Boxer S, Spyder, Cayman S e Cayman R, são mais de 3 milhões de libras que o fisco inglês viu “fugir” com a habilidade da Porsche, graças a carros vendidos desde 2009.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR