A bolsa nova-iorquina fechou esta terça-feira em perda, com os investidores a acusarem nervosismo perante a subida das taxas de juro da dívida pública norte-americana.
O Dow Jones Industrial Average interrompeu uma série de oito subidas consecutivas, ao desvalorizar 0,78%, para os 24.706,41 pontos.
O Nasdaq recuou 0,81%, para as 7.351,63 unidades.
O S&P500 abandonou 0,68%, para os 2.711,45 pontos.
A divulgação no início da sessão de indicadores económicos favoráveis, sobre as vendas do comércio retalhista na região de Nova Iorque, alimentou o otimismo quanto ao crescimento económico dos EUA no segundo trimestre.
Isto reforçou a ideia de que o banco central dos EUA, a Reserva Federal (Fed), vai continuar este ano a subir as suas taxas de juro de referência para evitar o sobreaquecimento da economia norte-americana e eliminar os riscos de inflação descontrolada, favorecendo por ricochete a progressão das taxas de juro no mercado obrigacionista.
A taxa de juro da dívida pública norte-americana a dez anos, que é a maturidade da dívida norte-americana mais observada pelos investidores, subiu hoje até aos 3,09%, no que foi o seu mais alto nível desde julho de 2011.
Já a taxa a dois anos atingiu os 2,585%, um nível inédito desde 2008.
“É a primeira vez que a subida das taxas de juro parece ter tido um impacto significativo nos índices bolsistas, com os investidores em ações a olharem cada vez mais para (os rendimentos) das obrigações do Tesouro”, salientou Karl Haeling, de LBBW.
Para Maris Ogg, da Tower Bridge Advisor, os investidores estão a servir-se deste elemento como uma desculpa para vender e realizar ganhos depois de várias sessões em que os índices subiram “sem mudanças fundamentais”.
Para esta investidora, “o facto é que se está em período de transição”, acrescentando que “os investidores interrogam-se sobre o nível da inflação, sobre o que vai fazer a Fed, sobre o impacto que isto vai ter nos mercados”.
A dirigente da Tower Bridge previu ainda que as transações vão continuar limitadas enquanto os investidores não estiverem mais esclarecidos quanto à trajetória da política monetária norte-americana, o que possivelmente só acontecerá no outono.