“Deadpool 2”

O super-herói mercenário, mutante, gozão e com um sentido de humor muito retorcido, que permitiu a introdução da comédia “screwball” ultraviolenta neste formato, está de regresso para um segundo filme, de novo interpretado por Ryan Reynolds, mas agora sem Tim Miller, o realizador do original. Miller afastou-se do projecto devido a “divergências criativas” com Reynolds, que é também um dos co-produtores desta série da Marvel, tendo sido substituído por David Leitch (“Atomic Blonde-Agente Especial). Nesta parte 2, Wade Wilson/Deadpool forma, com outros mutantes como ele, um grupo baptizado X-Force, com a intenção de proteger do vilão Cable (Josh Brolin) um jovem mutante, Russell Collins/Firefist. A rodagem de “Deadpool 2” ficou tragicamente marcada pela morte de uma “dupla”, Joi Harris, num acidente de moto. T.J. Miller, Morena Baccarin, Bill Skarsgard, Eddie Marsan, Zazie Beetz, Leslie Uggams e Terry Crews constam também do elenco da fita. Os produtores da série já anunciaram que querem fazer pelo menos mais três filmes de “Deadpool”.

https://youtu.be/3aYUjm35wN0

” O Segredo da Câmara Escura”

Rodado em França, “O Segredo da Câmara Escura” é o primeiro filme feito fora do seu país pelo japonês Kiyoshi Kurosawa, grande autor de policiais e filmes fantásticos de terror como “Cure”,,”Loft”, “Castigo” ou “Rumo à Outra Margem”. Interpretado por Olivier Gourmet, Tahar Rahim e Constance Rousseau, “O Segredo da Câmara Escura” contempla uma história de fantasmas soturna e malsã, centrada num fotógrafo de moda (Gourmet) que se retirou da profissão para, no seu palacete nos arredores de Paris (que poderá estar assombrado pelo espectro da mulher suicida), reproduzir rigorosa e obsessivamente velhos daguerreótipos em tamanho natural; na filha deste e sua modelo (Rousseau); e no seu novo e jovem assistente (Rahim). Kurosawa instala, gradualmente, uma atmosfera fantasmagórica mais próxima das narrativas de terror clássicas nipónicas do que dos modelos ocidentais do género, associando a fotografia ao mundo sobrenatural, pese embora a fita, na parte final, se torne forçada, e depois abertamente inverosímil, por falhas na escrita do argumento.

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“Nunca Estiveste Aqui”

A realizadora britânica Lynne Ramsey vai beber no modelo do filme sobre “vingadores urbanos” dos anos 70 e 80 para aqui o “desconstruir”. Joaquin Phoenix interpreta Joe, um veterano do Iraque e antigo agente do FBI que aluga os seus serviços para recuperar adolescentes desaparecidos ou vítimas de pedófilos. Joe não o faz apenas por dinheiro, nem por indignação cívica ou fúria justiceira, como os heróis dos filmes tradicionais deste subgénero do policial de acção. Fá-lo porque, como nos é mostrado em “flashbacks”, foi vítima de violência doméstica, e talvez mesmo molestado sexualmente, e terá cometido atrocidades no teatro de guerra. Joe faz o que faz porque ficou traumatizado e está a expiar culpas. Contratado por um importante político novaiorquino para salvar a sua filha menor de um bordel pedófilo, Joe, uma vez cumprida a missão, percebe que se meteu numa daquelas conspirações que envolvem desde a polícia até políticos poderosos. “Nunca Estiveste Aqui” foi escolhido pelo Observador como filme da semana, e pode ler a crítica aqui.