Um avião de passageiros Boeing 737 despenhou-se esta sexta-feira ao descolar do aeroporto José Martí, em Havana. A bordo iam 113 pessoas — 104 passageiros e nove membros da tripulação.

Segundo o jornal oficial Cubadebate, a aeronave caiu “pouco depois de descolar da pista”.

À BBC, uma habitante perto de Boyeros, a localidade onde terá caído o Boeing, descreveu o que aconteceu: “Primeiro ouviu-se um estrondo forte e logo se começou a ver o fumo e passado um bocado já estavam a passar os carros de bombeiros e as ambulâncias. As ruas aqui estão cortadas e ainda se vê uma coluna de fumo”, disse Odalys González.

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A aeronave tinha como destino a cidade de Holguín. O Granma, jornal oficial do Partido Comunista Cubano, avançou que apenas três mulheres sobreviveram ao acidente, subindo depois esse número para quatro, e que estão hospitalizados em “estado grave”. Contudo, um trabalhador do Hospital Calixto Garcia, para onde foram levados os sobreviventes, disse à Reuters que um deles morreu entretanto devido às fortes queimaduras que sofreu. Ou seja, apenas três das 113 pessoas que seguiam a bordo sobreviveram ao desastre aéreo.

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O Granma corrigiu entretanto a informação do número de passageiros, que afinal seriam 105, mais a tripulação. Cinco dos passageiros, bem como os membros da tripulação, eram estrangeiros; os restantes eram cubanos. O jornal oficial acrescenta ainda que cinco dos passageiros eram crianças, uma delas com menos de dois anos.

O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, esteve no local, de acordo com a Prensa Latina. “Ocorreu um lamentável acidente de aviação. Segundo o pessoal da Cubana, tinham 104 passageiros com nove pessoas da tripulação. As notícias não são nada promissoras, parece que há um elevado número de vítimas”, declarou Díaz-Canel à chegada, citado pela Agência France Press.

O Boeing 737 pertencia à companhia aérea mexicana Damojh e tinha sido alugada pela Cubana de Aviación, com tripulação estrangeira, segundo confirmou a BBC com a própria empresa mexicana. O Departamento de Transportes do México confirmou entretanto que o Boeing 737 foi construído em 1979. “O avião foi alugado pela transportadora estatal cubana”, explicou o Departamento, referindo que pertence à companhia mexicana Damojh, que também é conhecida por Global Air.

Testemunhas no local também avançaram ao Granma que o acidente terá ocorrido quando o avião virava para voltar a entrar no aeroporto, momento em que terá chocado contra cabos elétricos. O presidente da Corporação da Aeronáutica Civil, Roberto Saldanã, avançou que as causas do acidente “ainda não estão identificadas”. O Presidente Miguel Díaz-Canel confirmou entretanto a criação de uma comissão para investigar o acidente.