A Sporting SAD mantém a “expectativa” de conseguir fazer uma emissão de obrigações decisiva para as finanças do clube, no curto prazo, apesar da instabilidade que se vive na instituição. A informação foi transmitida por fonte oficial do clube ao Negócios, que recupera, também, a declaração de Carlos Vieira, vice-presidente do clube com o pelouro das finanças, que na terça-feira afirmou que “neste ponto há a capacidade [para ir ao mercado]. É isso que vamos ver ao mercado”.

Desde terça-feira, contudo, aumentou a incerteza em torno do futuro da instituição, reforçando os receios em torno da solvabilidade da Sporting SAD, designadamente a retirada da confiança a Bruno de Carvalho por Álvaro Sobrinho, dono da maior acionista da SAD. Se não for possível atrair investidores para essa emissão de dívida, apesar da taxa de 6% que vai estar em cima da mesa, pode ficar em causa a capacidade do clube para financiar a atividade corrente e reembolsar a dívida que deveria estar a vencer na próxima semana mas que se vai tentar rescalonar para novembro.

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No domingo os obrigacionistas (detentores de obrigações, ou seja, credores) do Sporting vão a uma segunda convocatória para votar o adiamento do reembolso dos títulos de dívida que foram emitidos em 2015. Os termos dessa emissão previam o reembolso a 25 de maio mas, na impossibilidade de ter sido feita já essa nova emissão de dívida, a administração quer adiar o pagamento para novembro.

Já houve uma primeira tentativa de obter a aprovação para esse adiamento do reembolso, mas não houve quórum (50% do valor). No domingo, não é preciso quórum para se tomar uma decisão sobre a alteração da data de reembolso para novembro.

Para fazer esse reembolso, contudo, o Sporting precisa de ter sucesso na emissão que pretende fazer a partir de 28 de maio. A Patris Investimento, citada pelo Negócios, considera que “um ambiente com este tipo de incerteza desaconselha operações de mercado, como seja a realização da venda de uma emissão obrigacionista”. Ainda assim, como é dívida emitida no retalho, é mais difícil avaliar à partida o grau de sucesso que a operação pode ter.