O filme “O homem que matou D. Quixote”, de Terry Gilliam, vai ser exibido nas salas de cinema francesas, em simultâneo com a estreia no sábado no Festival de Cannes, decretou esta sexta-feira a justiça francesa.

Segundo os ‘media’ franceses e a distribuidora Océan Films, o Tribunal de Grande Instância de Paris rejeitou o pedido do produtor português Paulo Branco, que exigia a suspensão da distribuição do filme e, portanto, a interdição da estreia comercial, por considerar ter direitos sobre o filme, através da sua produtora Alfama Films.

Na rede social Twitter, a Océan Films escreveu que o filme vai estar nas salas de cinema em França “simultaneamente com a sua apresentação no encerramento do Festival de Cannes”.

Depois de ter tentado impedir judicialmente a exibição do filme no encerramento do festival de Cannes, a produtora Alfama Films, de Paulo Branco, contestava agora a intenção de estreia comercial nas salas de cinema em França, marcada para sábado, e sugeriu aos exibidores franceses que a adiassem.

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A decisão do produtor surgiu em resposta à autorização de exploração do filme em França, concedida no dia 10 de maio pelo Centro Nacional de Cinema e Imagem em Movimento (CNC). O organismo francês atribuiu o “visto de exploração”, que permite a exibição comercial da longa-metragem em salas de cinema, com a classificação “para todo o público”.

Na semana passada, o Tribunal de Paris tinha já decidido que o filme de Terry Gilliam poderia ser exibido no encerramento do Festival de Cannes, com a condição de o festival comunicar publicamente que os direitos da longa-metragem continuam a pertencer à Alfama Films e ao produtor Paulo Branco.

“O homem que matou D. Quixote” está no centro de uma disputa legal que envolve o produtor português Paulo Branco, porque este chegou a assinar contrato para produzir o filme, em 2016, mas o processo saiu gorado. Terry Gilliam pediu a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films, de Paulo Branco, e seguiu a produção e rodagem do filme com outros produtores, mas, em 2017, o Tribunal de Grande Instância de Paris declarou que aquele contrato continua válido.

Em Portugal, onde a estreia deverá ser assegurada pela NOS, não há ainda data oficial anunciada.