A presidente do Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, Tibisay Lucena, informou hoje que o CNE proibiu o Presidente e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, de pagar bónus aos eleitores.

“Não vai haver pagamento de bónus nem incentivo monetário nos pontos”, afirmou a presidente do CNE, que assegurou que Maduro comprometeu-se a aceitar este e outros pedidos feitos pelas autoridades.

O anúncio de Tibisay Lucena surge depois de, ao longo da campanha eleitoral, o Presidente venezuelano ter oferecido aos seus apoiantes bónus em bolívares (moeda local) a quem fosse fosse votar nas eleições “livremente”.

Em 15 de maio, o Presidente da Venezuela ofereceu um bónus económico aos portadores do “cartão da pátria” que votassem nas eleições de hoje.

“Todos os que tenham o cartão da pátria e exerçam o direito e dever de votar, vão receber um prémio da pátria, legal, constitucional, ‘dando y dando’ (eu te ajudo e tu me ajudas)”, disse, na altura, o chefe de Estado.

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Agora, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proibiu esta medida.

Também a instalação de “pontos vermelhos”, barracas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), para controlar a participação dos apoiantes, foi proibida, a menos de 200 metros das zonas de voto.

A presidente do CNE venezuelano garantiu hoje que o sistema de votação obteve uma avaliação “perfeita” em todas as auditorias a que foi submetido e que está preparado para as eleições presidenciais de hoje.

“Em cada teste e em cada auditoria saiu tudo perfeito. Estamos prontos para receber os eleitores no domingo”, afirmou Tibisay Lucena, em conferência de imprensa.

Mais de 20,5 milhões de venezuelanos vão hoje às urnas para eleger o próximo Presidente, que entre 2019 e 2025 dirigirá os destinos da Venezuela.

Há quatro candidatos, entre os quais está o atual Presidente Nicolás Maduro. Na lista figuram Henri Falcón (dissidente do chavismo), o pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.

A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática não apresentou qualquer candidato.

Nas mesmas eleições, os venezuelanos vão ainda eleger mais de 500 membros dos concelhos legislativos regionais dos 23 estados do país, com exceção do Distrito Capital, Caracas, onde não existe tal figura.

O processo eleitoral vai ser acompanhado por missões de observadores de Angola, Etiópia, Mali, Moçambique, Palestina, República Dominicana, Rússia, África do Sul e Suriname.

As várias auditorias realizadas foram acompanhadas pelos observadores internacionais e nacionais e decorreram “com toda a tranquilidade”, acrescentou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, 20.526.978 de venezuelanos estão habilitados para votar. No estrangeiro estão recenseados 101.595 eleitores a maioria deles em países da Europa.

Foram instaladas 34.143 mesas eleitorais em 14 mil centros de votação da Venezuela, que vão abrir pelas 06:00 horas locais e encerrar pelas 18:00 horas locais (mais quatro horas e meia em Lisboa), permanecendo abertos os que tenham eleitores à espera para votar.

Trezentos mil oficiais das Forças Armadas Venezuelanas têm a missão de garantir a segurança do material eleitoral e dos centros de votação, ao abrigo da operação Plano República, na qual participa também o Ministério Público.