Os ‘bots’ do Twitter — software que são programados para simular ações humanas de uma forma repetida e padronizada — podem ter ajudado a definir o resultado do Brexit e da eleição de Trump. As estimativas de um estudo do National Bureau of National Research revela que estes ‘bots’ podem ter aumentado os votos a favor da saída do Reino Unido da União Europeia em 1,76 pontos percentuais e a escolha de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos pode ter sido aumentada em 3,26 pontos percentuais.

Os autores do estudo foram Yuriy Gorodnichenko, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e Tho Pham e Oleksandr Talavera da Universidade de Swansea, no Reino Unido. “Os resultados indicam que, tendo em conta as pequenas margens de vitória em cada uma destas votações, o efeito dos ‘bots’ foi marginal mas grande o suficiente para alterar os resultados”, diz o estudo.

De acordo com o estudo, os ‘bots’ têm tendência para surtir mais efeito junto das pessoas com uma opinião semelhante à das mensagens que são transmitidas. Por exemplo, apoiantes de Donald Trump têm tendência reagir de forma mais positiva às mensagens pró-Trump. E esta reação pode incluir, como é óbvio, a partilha dessas mensagens.

Os autores identificaram os ‘bots’ pelo número invulgar de tweets, pelo número de tweets feitos durante a noite e pela tendência de difundir mensagens semelhantes. Para perceber como é que os tweets influenciaram as votações, os autores analisaram os tweets pró-Brexit e pró-Trump por zona geográfica e de seguida tentaram perceber como é que os resultados se relacionavam com a atividade no Twitter.

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