O primeiro agente da PSP ouvido esta terça-feira no Tribunal de Sintra, onde começou o julgamento de 17 polícias acusados de agressões a jovens da Cova da Moura (Amadora), na esquadra de Alfragide, em 2015, negou as acusações. “Não me revejo na acusação”, afirmou perante o coletivo de juízes do Tribunal de Lisboa Oeste, em Sintra, o primeiro agente da PSP a falar do conjunto de 17 arguidos sentados no banco dos réus, tendo todos anunciado a intenção de prestar declarações no início do julgamento.

Os arguidos respondem por denúncia caluniosa, injúria, ofensa à integridade física e falsidade de testemunho, num caso que remonta a 5 de fevereiro de 2015, por alegadas agressões a jovens da Cova da Moura na esquadra de Alfragide, estando ainda acusados de outros tratamentos cruéis e degradantes ou desumanos, de sequestro agravado e de falsificação de documento. A advogada que representa os jovens agredidos, no início da audiência, salientou que a acusação concluiu que as vítimas sofreram agressões brutais e tortura por parte dos agentes e que foram objeto de “tratamento cruel e desumano”.

Para Lúcia Gomes, os arguidos não só agrediram os jovens como agiram “de forma concertada” e o julgamento deve servir como “um sinal” e um “exemplo para a comunidade”. “Quisemos observar, não só por ser um julgamento histórico, a nível da própria lista de crimes que estão aqui em causa, tortura e discriminação racial, como também para assegurarmos que todas as garantias processuais dos arguidos são respeitadas e que este julgamento não fica maculado por ou julgamentos de praça pública ou falhas processuais”, afirmou, após a primeira sessão, Catarina Prata, da Amnistia Internacional Portugal, que tem acompanhado o caso desde o início.

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