A juíza de instrução criminal do Porto que está encarregue do caso Cashball afirma que os 60 mil euros apreendidos pela PJ no gabinete de André Geraldes serão do Sporting.

A notícia avançada pelo Correio da Manhã explica ainda que a magistrada acredita que esse dinheiro é proveniente da venda de bilhetes, em concreto, aqueles que são distribuídos às claques. Teoricamente, era desse alegado saco azul que vinha o dinheiro utilizado, por exemplo, para corromper árbitros e jogadores de futebol e andebol.

Durante os interrogatórios liderados pela PJ, André Geraldes, o team manager do Sporting Clube de Portugal (que entretanto foi suspenso e impedido de falar com qualquer pessoa/entidade ligada ao SCP ou ao futebol no geral), refugiou-se no silêncio, não revelando qualquer informação sobre a proveniência do dinheiro encontrado.

A Geraldes foi aplicada uma caução de 60 mil euros pelo tribunal, sendo que chegou a ser considerado a medida de coação mais pesada, a prisão preventiva. O cenário acabou por ser excluído dado o cadastro limpo do acusado. André Geraldes teve de entregar o passaporte, foi proibido de entrar em Alvalade ou de falar com a direção do Sporting, qualquer jogador, dirigente ou árbitro de futebol.

O episódio com o Moreirense

O mesmo diário afirma que no jogo da primeira ronda do campeonato nacional contra a equipa de Moreira de Cónegos, os guarda-redes não terão sido os únicos responsáveis pela utilização de “luvas”: o Sporting, através do intermediário Paulo Silva, terá tentado aliciar o defesa-lateral adversário Rúben Lima. Este é um dos oito jogos da Liga NOS que está a ser investigados na operação Cashball. Esta suspeita, ao que tudo indica, está a ser investigada pela PJ e pelo DIAP do Porto.

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Operação Cashball quer saber como era financiado o alegado saco azul do Sporting e desconfia do envolvimento de mais dirigentes do clube

Não é certo ainda, porém, que tenha existido corrupção passiva — ou seja, se o jogador do Moreirense alinhou no esquema –, mas a intenção de subornar, só por si, já é suficiente para os indícios de corrupção desportiva que são imputados a Geraldes, Paulo Silva e João Gonçalves — empresário ligado a Geraldes que fazia a ponte com Paulo. Suspeita-se que o team manager dava dinheiro a Gonçalves para que este o passasse a Paulo Silva. Seria este último o responsável por corromper árbitros (de futebol e andebol) e jogadores adversários.

O arrependido Paulo Silva pediu proteção policial e afirma que vai apresentar queixa contra as várias pessoas que o têm vindo ameaçar via redes sociais. Silva terá regressado a casa na quinta-feira passada, depois do primeiro interrogatório judicial.