O presidente da NAV Portugal, Jorge Ponce de Leão, diss esta quinta-feira que o novo sistema de gestão do espaço aéreo deverá estar “completamente operacional em 2021”, antes da entrada em operação do aeroporto do Montijo.

“Este é um projeto que demora algum tempo a implementar” e que “é complexo”, pelo que, “naturalmente, vamos associá-lo à introdução também do aeroporto do Montijo no espaço aéreo de Lisboa”, disse Ponce de Leão.

Em declarações à agência Lusa, à margem da 2.ª edição da cimeira aeronáutica “Portugal Air Summit”, que decorre até domingo em Ponte de Sor (Portalegre), o presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal acrescentou que o novo sistema, “em princípio, estará completamente operacional em 2021”. O que vai possibilitar que, com “a entrada do Montijo em operação em 2022, a NAV esteja completamente equipada” para “suportar a procura que a disponibilidade dos dois aeroportos vai permitir”.

A aquisição de um novo sistema de gestão do espaço aéreo resulta da adesão, formalizada em março, ao consórcio Coopans, que já integrava os prestadores de serviços de navegação aérea da Áustria, Croácia, Dinamarca, Irlanda e Suécia.

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Nessa altura, a NAV Portugal explicou que a adesão à Aliança Coopans pretende proporcionar “um melhor posicionamento para fazer face aos desafios tecnológicos e de procedimentos colocados aos Prestadores de Serviços de Navegação Aérea pelas Diretivas, requisitos e definições do Céu Único Europeu”.

Além disso, referiu a empresa, a adesão visa “fazer face ao forte e imprevisto aumento do tráfego registado ao longo dos últimos anos na Região de Informação de Voo (RIV) de Lisboa”.

Ponce de Leão afirmou que os contratos relativos ao novo sistema, tanto com o consórcio, como com o fornecedor da Coopans, “já estão fechados”, mas a NAV aguarda o visto do Tribunal de Contas.

“A seguir, inicia-se o projeto de implementação”, indicou, realçando que o novo sistema, que custa “cerca de 40 milhões de euros”, vai permitir “a abertura de novos setores” de controle aéreo. “A única limitação do sistema atual é que, neste momento, já está no máximo de setores abertos”, que é o que define “a área de intervenção de cada controlador”.

E, continuou, “à medida que o tráfego vai sendo mais denso, vamos tendo de abrir mais setores, porque um controlador não pode ultrapassar um determinado número de aviões sobre o seu controlo”.

“Essa abertura de setores, neste momento, está limitada pelo sistema”, mas, quando o novo estiver operacional, vai ser possível “garantir uma operação mais fiável”, para atingir “os 72 movimentos/hora de aproximação ao Aeroporto de Lisboa”, e garantir que “o tráfego em rota tenha uma capacidade” adequada “para as próximas décadas”, para as quais se “continua a perspetivar um crescimento exponencial na aviação civil”, afirmou.