Luís Marques Mendes comparou o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, ao ex-primeiro-ministro José Sócrates. No seu comentário semanal na SIC, referiu que Bruno de Carvalho “mudou de estratégia” e tem agora como preocupação fazer-se de “vítima”. “Faz-me lembrar o nosso José Sócrates. É uma estratégia de vitimização”, exclamou. E não deixou de falar sobre o caso Siza Vieira e o Congresso do PS que terminou este domingo.

A crise no Sporting foi, aliás, o primeiro assunto a ser debatido no comentário semanal na estação de Carnaxide, com Marques Mendes a anunciar que na próxima Assembleia Geral Extraordinária, convocada por Marta Soares para o dia 23 de junho, poderá existir uma proposta de destituição da direção individual, ao contrário de uma destituição “coletiva”.

É o seguinte: em vez de ser uma proposta para a destituição da direção no seu conjunto, provavelmente o que vai acontecer na convocatória será a proposta para a destituição de membros individualmente”, disse Marques Mendes este domingo.

Siza Vieira: “Situações estranhas e imprudentes”

Outro tópico debatido foi a notícia de que o ministro Siza Vieira abriu uma empresa imobiliária um dia antes de tomar posse no Governo de António Costa. Sobre isso, o comentador político elencou um conjunto de situações que considerou “estranhas e imprudentes”:

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  • o facto de constituir uma sociedade familiar na véspera de entrar para o Governo é “suspeito”, no sentido em que parece tê-lo feito “para colocar lá o seu património, para ‘escondê-lo’, para não ter de o divulgar publicamente”;
  • “Para mim a energia é o mais importante. Há uma coisa muito estranha: porque é que ele só agora, quando surgiu a OPA da EDP, é que pediu escusa?”, questionou Marques Mendes. “Porque é que ele pede escusa agora, quando antes se reuniu com empresas de energia, nomeadamente com a EDP?”;
  • o comentador falou ainda das “estranhas as funções” do ministro adjunto do primeiro-ministro: “Ele trata da energia mas não é ministro da Energia. (…) Isto é muito nebuloso e pouco transparente. Parece que temos dois ministros da Economia, o formal e o informal”.

Marques Mendes referiu ainda a “grande virtude” do primeiro-ministro que, segundo ele, “nunca deixa cair os amigos”.

O Congresso que mais pareceu um “super comício”

O social democrata não deixou de dar a sua avaliação ao Congresso do PS, que terminou este domingo ao fim de três dias de trabalhos que Marques Mendes considerou mais um “super comício”, em que se notou uma forte preocupação em mostrar e destacar uma nova geração de políticos. Diz o comentador que “a preocupação foi a de manter o poder, reforçar o poder nas próximas eleições”. “Fora disso não há nada. O PS está transformado no partido mais pragmático que há em Portugal”, acrescentou.

Marques Mendes não deixou de notar que sobre José Sócrates não houve sequer uma palavra: “Uma única intervenção… Significa que o futuro de Sócrates não passa tanto pela política. Parece que ele tem de se preocupar é com os tribunais”. Mas também deixou um elogio a Pedro Nuno Santos. “Foi de longe a melhor intervenção a seguir a António Costa”, disse.