Mais de 17 mil profissionais de saúde saíram de Portugal nos últimos dez anos, escreve esta segunda-feira o Correio da Manhã citando números fornecidos pelas ordens profissionais. Entre médicos e enfermeiros foram 17.267 os que saíram de Portugal entre 2010 e fevereiro de 2018.

Os médicos e enfermeiros são atraídos por ofertas em países como Inglaterra ou França, que oferecem condições muito superiores às praticadas em Portugal e onde existe uma boa imagem dos profissionais de saúde portugueses.

“Os enfermeiros emigraram pelas condições de trabalho e de trato. São muito mais bem tratados e respeitados no estrangeiro”, explicou ao Correio da Manhã a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, detalhando que “o problema não é de formação, mas sim de emprego”, e que “cerca de 15 mil [enfermeiros] estão no estrangeiro”.

A bastonária destaca a diferença de tratamento entre médicos e enfermeiros, sublinhando que há países em que os enfermeiros têm a formação e a especialização pagas pelo Estado, como acontece em Portugal apenas com os médicos.

Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirma que “ao deixar sair do país os seus recursos humanos, talentos que rumam à procura de melhores condições de trabalho no estrangeiro, o Ministério da Saúde está a lesar não só a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos cidadãos, mas também a nossa economia”.

Em declarações ao Correio da Manhã, o bastonário lamenta que ainda nem se tenha chegado ao final do primeiro semestre de 2018 e pareça “já existir uma tendência para a emigração aumentar”.

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