O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Equatorial, Simeón Oyono Esono, tentou entregar um carta misteriosa a Marcelo Rebelo de Sousa, mas o Presidente da República reencaminhou-o para quem trata da política externa portuguesa — o ministério liderado por Augusto Santos Silva — noticia o Público esta terça-feira. Na base das intenções do regime de Teodoro Obiang poderá estar o desejo do país africano, membro da CPLP desde 2014, de organizar uma cimeira e receber a presidência rotativa do bloco de países.

A prática comum indica que os emissários podem vir a ser recebidos em Belém, mas não sem antes visitarem o Ministério dos Negócios Estrangeiros (e, se acontecer, o ministro com essa pasta irá participar na reunião). A intenção do regime de Obiang era, contudo, falar diretamente com Marcelo Rebelo de Sousa para lhe entregar uma carta cujo conteúdo não é revelado mas que se especula estar relacionada com as ambições da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Segundo o Público, a Guiné Equatorial considera-se o “benjamim” da CPLP e gostaria de herdar a presidência rotativa (que neste momento está com Cabo Verde) já em 2020. Numa visita de cortesia à sede da CPLP, Simeón Oyono Esono, disse aos jornalistas que é desejo da Guiné Equatorial receber uma cimeira da CPLP.

A investida da Guiné Equatorial está a ser lida como uma “pressa” difícil de explicar, com diplomatas ouvidos pelo Público a lembrarem que são necessárias competências apuradas — desde logo, ao nível da língua portuguesa — para organizar as dezenas de reuniões técnicas e diplomáticas que implicam a presidência da CPLP. O próprio ministro expressou-se em espanhol para falar sobre um tema controverso: a pena de morte que ainda existe na Guiné Equatorial e que ainda não foi abolida porque isso “implica um processo”.

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