Se (ainda) não é fã da mobilidade eléctrica devido ao elevado tempo que consome a operação de recarregar as baterias, saiba que já para o ano vai começar a ser testada uma nova tecnologia que, a confirmar aquilo que anuncia a empresa que a detém, poderá revolucionar o modo como lidamos com os automóveis eléctricos. Porquê? Porque, conforme promete a StoreDot, estas inovadoras baterias vão garantir até 480 km de autonomia, nuns escassos 5 minutos à carga. O que faz com que a operação de carregamento seja “uma experiência muito semelhante à de atestar o depósito”, lê-se no site da companhia israelita. Para um eléctrico com uma autonomia à volta dos 480 km, isto significa qualquer coisa como conseguir 97 km de autonomia a cada minuto que passa a corrente no posto de carregamento.

Mas as promessas não se ficam por aqui. A comunicação institucional da StoreDot assegura ainda que, para além do carregamento ultra-rápido, estas baterias são muito mais seguras, amigas do ambiente e baratas. Bom demais para ser verdade? A BP – sim, a petrolífera – acredita. Tanto que, conforme avança o site CNET, planeia investir 17 milhões de euros nesta startup, opção que surge no seguimento de uma aposta da marca na modernização, posicionando-se assim para vir a fornecer aos seus clientes o “combustível” de que eles precisam.

Carros com “alma” de telemóvel

Os mais recentes desenvolvimentos da indústria automóvel caminham no sentido de os carros passarem a ser muito mais do que um meio de transporte. E o mais flagrante exemplo disso é a evolução operada nos sistemas de infoentretenimento e de conectividade, que já são uma realidade, fazendo do veículo, em muitos aspectos, uma extensão do smartphone… A avaliar pela tecnologia que a StoreDot se prepara para testar, essa “contaminação” é ainda mais evidente, já que a tecnologia que a startup propõe para as baterias dos veículos eléctricos baseia-se precisamente nas flash batteries que desenvolveu para telemóveis.

Não são conhecidos grandes detalhes técnicos acerca destas inovadoras baterias, salvo que trocam o grafite por materiais orgânicos e nanomateriais, além de serem construídas de outra forma. “A arquitectura da bateria flash para veículos eléctricos baseia-se numa estrutura de eléctrodo altamente estável e contém materiais que são muito menos inflamáveis ​​e mais estáveis ​​a altas temperaturas do que a tradicional tecnologia de iões de lítio”, avança a StoreDot. A mesma acrescenta que as suas baterias integram uma “protecção de segurança multicamada”, sendo “ambientalmente mais seguras do que uma bateria de iões de lítio”, já que utilizam compostos orgânicos e um processo de fabrico à base de água, mais amigo do ambiente.

Perante todas estas promessas, colocam-se duas questões: por quanto e para quando? As previsões vão no sentido de começar a testar esta nova tecnologia para o ano, período findo o qual se determinará a passagem à produção. O mais provável é que nunca antes de 2020. Quanto a preços, a StoreDot afirma que as suas novas baterias não farão disparar o preço dos carros eléctricos. Mas, para se salvaguardar da promessa, faz desde já depender o custo do volume de produção.

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