A chanceler alemã Angela Merkel defendeu esta quarta-feira que “a Europa tem de ser mais corajosa” e apostar na “inovação” em áreas “estratégicas” para “cumprir a promessa de prosperidade”, sugerindo apoios estruturais para “produzir chips” e “baterias para carros”.

“Precisamos de capacidades estratégicas tecnológicas e de dar muito apoio [estrutural], como fazem os Estados Unidos ou a China. Devemos dizer: em 2030 queremos chegar ao ponto ‘x’ a nível da inteligência artificial e temos de apoiar. Aqui a Europa tem de ser mais corajosa”, afirmou Merkel num debate de mais de uma hora com alunos de doutoramento da Universidade do Porto, no I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, no Porto, em Portugal.

Merkel alertou que a Europa tem “um problema”, porque “já perdeu algumas capacidades tecnológicas”, defendendo “um apoio estrutural” para a produção de chips” e “um programa parecido para a produção de baterias automóveis”, duas áreas que podem ser “estratégicas” para colocar os países europeus em competição com os Estados Unidos ou a China.

“Temos um problema na Europa, porque algumas capacidades tecnologias já foram perdidas. Em breve, já não haverá ninguém na Europa a fabricar chips. Isso é feito na Ásia. Mas a grande maioria das máquinas para os produzir estão na Europa. Então, daqui a uns anos, a Ásia também vai fazer as máquinas de produzir chips. Então, juntamo-nos, com a França, os Países Baixos, etc, para termos um apoio estrutural para a produção de chips”, observou a chanceler.

Segundo Merkel, a Europa necessita ainda de “um programa parecido para as baterias automóveis”. “Se a mais-valia de um carro é a bateria e ela já não é produzida na Europa, mas na Ásia ou nos EUA, de facto resta pouca mais valia na Europa. Precisamos de capacidades estratégicas tecnologias e dar muito apoio, de forma muito estratégica”.

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