Foi o regresso do ano: a série “Roseanne”, uma comédia de sucesso durante as décadas de 80 e 90, voltou em 2018 ao pequeno ecrã pela mão do canal norte-americano ABC. Foi sol de pouca dura. A série foi cancelada depois da atriz principal, Roseanne Barr, ter atacado Valerie Jarrett, uma antiga assessora de Barack Obama nas redes sociais, acusando-a de pertencer à Irmandade Muçulmana e ser um produto do “Planeta dos Macacos”.

Esta quarta-feira, Roseanne Barr recorreu de novo ao Twitter para tentar apresentar um pedido de desculpas e, de alguma forma, justificar-se. Numa série de posts, que foram entretanto apagados, a atriz de 65 anos atribuiu o comentário racista ao uso de comprimidos para dormir. “Eram duas da manhã e eu estava a tweetar sob o efeito de “Ambien”. Fui demasiado longe e não quero ser defendida. Foi escandaloso e indefensável”, escreveu Roseanne Barr.

A atriz invocou então Joe Rogan — um comediante que já falou sobre os efeitos deste comprimido descrevendo-o como uma “cena assustadora” — e acrescentou que, embora “não existam desculpas” para o comentário, já fez “cenas estranhas” sob o efeito de “Ambien”, como “partir ovos na parede às duas da manhã”. Em seguida, Roseanne Barr voltou a pedir desculpa: “Peço desculpa a Valerie Jarrett e a todos os americanos. Peço verdadeiramente desculpa por ter feito uma piada má sobre as suas políticas e a sua aparência. Deveria ter pensado melhor. Perdoem-me – a minha piada foi de mau gosto”.

Entretanto, a farmacêutica Sanofi, que produz o comprimido em questão, também comentou o assunto. No Twitter, a empresa francesa declarou que “pessoas de todas as raças, religiões e nacionalidades trabalham na Sanofi todos os dias para melhorar as vidas das pessoas por todo o mundo”. E acrescentou: “Enquanto que todas os tratamentos farmacêuticos têm efeitos secundários, o racismo não é um efeito secundário detetado em qualquer medicação da Sanofi”.

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A polémica estalou e chegou até à Casa Branca — já que Roseanne Barr até é apoiante de Donald Trump. No Twitter, o presidente dos Estados Unidos não comentou diretamente o caso e decidiu, ao invés disso, atacar Bob Iger, o CEO do canal de televisão ABC. “Bob Iger, da ABC, chamou Valerie Jarrett para lhe dizer que ‘a ABC não tolera o tipo de comentários’ feitos por Roseanne Barr. Nunca chamou o presidente Donald J. Trump para pedir desculpa pelas declarações horríveis feitas e ditas sobre mim na ABC”, escreveu Trump.